terça-feira, 12 de abril de 2011

União Africana deve ter o maior papel - Paz




"União Africana deve ter o maior papel"
12/04/2011
Fonte: O Tempo (MG)

Mas o fim do impasse pode não significar o fim da crise política e da violência no país africano, já que Ouattara terá agora a difícil tarefa de conquistar os partidários de Gbagbo - que formam 46% da população. Uma declaração de um Gbagbo já despido de poder e de dignidade após ter sido preso, com a bochecha inchada por um tapa na cara levado de um soldado, no entanto, pode indicar o caminho da paz para o país. "Estou pedindo que a luta pare", disse Gbagbo. A ofensiva das forças de Ouattara contra Gbagbo começou pela manhã, quando se deslocaram ao lado de 30 tanques franceses em direção ao palácio presidencial. O local já havia sido atacado durante a noite por helicópteros franceses. Contando com esse apoio, as forças de Ouattara - que já haviam tentado, sem sucesso, um ataque ao local na semana passada - conseguiram entrar na casa e capturar Gbagbo. A ONU e a França se apressaram a negar a participação na captura do político, atribuindo-a totalmente aos homens de Ouattara. Tanto as Nações Unidas quanto o antigo poder colonial da Costa do Marfim querem evitar que a população encare o presidente eleito como imposto no país por forças estrangeiras. Após a prisão de Gbagbo, Ouattara conversou com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, mas o conteúdo do telefonema não foi divulgado. Assustado, abatido e derrotado, Gbagbo foi levado com sua mulher - considerada como responsável pela resistência do marido em entregar o poder - e um filho ao Golf Hotel, onde, durante meses, seus homens cercaram o presidente eleito, impedindo-o de tomar posse. Em seguida, o homem que governou o país durante dez anos trocou de roupa em frente das câmeras. Num breve pronunciamento na TV estatal, Ouattara garantiu que vai zelar pela segurança de Gbagbo e sua família, sob proteção da ONU. Disse ainda que seu rival será levado à Justiça e prometeu estabelecer uma Comissão de Verdade e Reconciliação para investigar as acusações de atrocidades cometidas contra civis pelos dois lados do conflito. O senhor espera o fim da hostilidade na Costa do Marfim após a prisão de Gbagbo? Agora vai começar o processo de negociação. Gbagbo não queria se entregar, não queria desistir, mas seus antigos aliados terão que fazer isso. O que o novo presidente precisa fazer para superar as divisões? Ele precisa promover um governo de inclusão, com gente da oposição, que participe de todos os aspectos da tomada de decisões do governo. Senão, se uma parte da população sentir que será excluída, o governo será caótico. A mesma coisa pode ser dita sobre os militares: eles lutaram em facções diferentes, mas, se você deixar uma parte de fora, eles continuarão a desestabilizar o regime. Como o senhor avalia o papel da ONU e da França? Eles devem ficar na Costa do Marfim para impedir novas atrocidades, mas não devem ter um grande papel. O papel principal agora será da União Africana e de outros órgãos regionais.







©UN | Plugar Informações Estratégivas S.A

Nenhum comentário:

Postar um comentário

opinião e a liberdade de expressão

Manoel Messias Pereira

Manoel Messias Pereira
perfil

Pesquisar este blog

Seguidores

Arquivo do blog