sábado, 13 de novembro de 2010

O sonho de Andrucha é filmar" Nação Criola"

Cineasta brasileiro Andrucha






13/11/2010 

Fonte: O Tempo (MG)



A obra é uma declaração de amor à língua portuguesa. Com o sotaque angolano soando baixinho e silêncios que intercalam perguntas, Agualusa diz que se tivesse que resumir a história, diria que é sobre um homem que se apaixona por uma mulher e, para seduzi-la, lhe oferece palavras. A trama se passa entre Portugal, Angola e Brasil. Conta a saga de Iara, uma moça especialista em neologismos, que um dia encontra uma fonte que jorra uma língua nova. Para ajudá-la a colher tudo aquilo, procura um velho professor de pensamento anárquico. E juntos os dois embarcam numa aventura. "A Iara começa a descobrir centenas de palavras novas, palavras tão perfeitas, tão urgentes, tão necessárias à língua que as pessoas se apropriam delas sem perceber que são palavras novas. São os neologismos mais que perfeitos. Eles são invisíveis. Ninguém percebe que é um neologismo", diz Agualusa, atrás de um copo de suco de laranja. "Iara fica tão fascinada e tão assustada, porque aquilo é subversivo, que vai procurar um professor que levaria a sério toda aquela irrealidade. Os dois partem à procura da fonte dos neologismos mais que perfeitos. É um romance sobre a língua portuguesa. Eu me diverti imenso escrevendo. Poderia ter continuado a escrever esse livro a vida inteira". O encontro com Agualusa, numa tarde abafada e cinza, aconteceu no café do Parque Lage. Quando viveu no Rio, ele morou no Jardim Botânico. Tem vontade de voltar. Sua vida, porém, nos últimos anos virou aeroporto e quarto de hotel, onde escreve seus livros. Gosta de escrever em hotéis porque são "bolhas", sem interferência da vida lá fora. Agualusa já publicou e lançou pelo mundo nove romances, traduzidos em mais de 20 idiomas. O primeiro é de 1988, "A Coruja". E o último, de 2009, "Barroco Tropical". No Brasil, ficou conhecido quando Caetano Veloso declarou seu amor ao autor vindo de Angola. Agualusa tornou-se, então, febre do lado de cá do Atlântico. RIO DE JANEIRO. O diretor de cinema Andrucha Waddington foi apresentado à literatura de Agualisa pelo antropólogo Hermano Vianna, em 2001. Ficou tão fascinado que resolveu entrar na briga pelo direito de adaptar para o cinema "Nação crioula", de 1998. Passou dez anos batalhando pelos direitos autorais da obra e está prestes a fechar o negócio. "O Agualusa escreve muito. Pirei no livro. Tem a ver com a História do Brasil de maneira original. A escrita do Agualusa é cinematográfica por excelência. A partir do minuto em que eu fechar a compra, começo a atacar o projeto. Vou levar uns três anos para botar o filme de pé. A produção envolve vários países", diz Andrucha.















©UN
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Manoel Messias Pereira

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