domingo, 11 de dezembro de 2011

Enfermeiras da Famerp em expedição à comunidade indígena



Vontade de ajudar leva enfermeiras à floresta

Durante dez dias, duas enfermeiras formadas pela Famerp auxiliaram expedição a uma comunidade indígenena Nany Fadil
nanyfadil@bomdiariopreto.com.br

Movidas pelo espírito humanitário e pela certeza de que não vão mudar o mundo, mas que podem fazer a diferença na vida de pessoas, Paula e Lia, enfermeiras formadas pela Famerp, deixaram cidades onde a saúde é referência, para enfrentar as diversidades e participar do projeto Expedicionários da Saúde que, em novembro, passou dez dias atendendo índios na Floresta Amazônica.

Para Lia Romero, a experiência de auxiliar em procedimentos cirúrgicos em locais onde a infraestrutura é precária não é nova. No ano passado, ela participou da terceira das oito expedições que a ONG fez para o Haiti. “Fomos para fazer cirurgias ortopédicas, vasculares, amputações e atendimentos clínicos. Foi a maior lição da minha vida. A mais difícil também.”

A enfermeira do Centro Cirurgico do Hospital de Base Paula Buck, desde a época em que fazia Famerp colaborava com ações de atendimento às comunidades indíginas, mas sempre na retaguarda, dando apoio logístico. “Foi a primeira expedição que participei. O maior aprendizado foi o de entender que é possível fazer com o mínimo e que vai dar certo.”

Voluntárias

Depois que voltou ao Brasil, Lia passou a fazer parte do grupo de médicos, anestesistas, cirurgiões, dentistas e enfermeiros que voluntariamente vão às aldeias atender os índios.

“Minha segunda expedição foi em abril 2011, para Kriketum (terras Kayapó), no leste do Pará. Fui com a equipe médica e trabalhamos bastante por uma semana.” A terceira expedição, em que as amigas Lia e Paula participaram foi entre os dias 18 e 28 de novembro, na comunidade Sai-Cinza, de etnia munduruku, também no Pará.

“Vi como o trabalho é sério e como podemos mudar a realidade daquela população. Também passei a integrar o Expedicionários da Saúde”, diz Paula, que em abril vai participar de nova expedição, possivelmente para São Gabriel da Cachoeira, que fica no extremo noroeste do Amazonas, a 852 quilômetros da capital Manaus.

Procedimentos

Durante os dez dias em que permaneceram na Sai-Cinza, as enfermeiras atuaram nos centros cirúrgicos. Lia, no de cirurgia geral, e Paula no de oftalmologia. Foram cerca de 200 cirurgias e 1,7 mil atendimentos. “A gente começava o dia por volta das 5h e só terminava às 22h. São dez dias intensos em que queremos abraçar o mundo com as mãos”, diz Paula.

Junto com a amiga e com diretora de extensão do curso de enfermagem da Famerp, Zaida Aurora, Paula pretende promover um encontro em Rio Preto, em fevereiro, para tentar despertar em outros profissionais da área para ações humanistas. “Nem tudo é dinheiro na vida.”

Emoção

A despedida dos índios da aldeia foi o que mais emocionou as amigas enfermeiras. Separados pelo cacique em filas de mulheres e homens, cada um foi até os profissionais para dar as mãos e agradecer.

Alguns índios entravam novamente na fila para mais uma vez agradecer a equipe. “Mal sabem que foram eles quem nos deram uma lição de vida, de sobrevivência, de como somos acomodados e de que podemos ajudar quem precisa”, diz Paula.

ONG já fez 20 expedições para a Amazônia

A Expedicionários da Saúde completou a 20ª expedição em novembro, com a viagem à comunidade Sai-Cinza. É uma organização brasileira sem fins lucrativos criada em 2003 por um grupo de médicos voluntários de Campinas.

A ONG iniciou o trabalho em 2003. Em 2004, implantou o Programa Operando na Amazônia, a partir de parceria estabelacida com o Dsai (Distrito Sanitários Especiais Indígenas) e organizações indígenas responsáveis pela coordenação do atendimento básico da saúde na região.

Todos são voluntários e a equipe é composta por profissionais da saúde, logísticos, cozinheiras e coordenadores. São duas expedições oficiais por ano e a equipe tem cerca de 50 voluntários. Todos os equipamentos e materiais usados nos procedimentos são levados até às comunidades indígenas.

Índios voltam a enxergar depois de cirurgia

Cento e dez índios da comunidade Sai-Cinza voltaram a enxergar depois de passar por retirada de catarata e implante de lente. Também foram feitas 53 cirurgias de hérnia e cistos sebácios e cerca de 1,7 mil ginecológicos, pediátricos, clínicos e odontológicos.

Equipe se instala em barracas e banho é frio

A estrutura montada nas aldeias é de barracas para dormir e o banho é frio.
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Lia Romero e índia que pinta braço da enfermeira com tinta extraída de planta.

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Manoel Messias Pereira

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