quarta-feira, 1 de maio de 2013

Ser artista de si: Fernanda Magalhães e as artes da existência


Ser a artista de si: Fernanda Magalhães e as artes da existência

por Clarita Maria de Godoy Ferro

Sobre a autora [1]

Sou fera/ Sou bicho/ Sou anjo/ E sou mulher/ Sou minha mãe/ E minha filha/ Minha irmã/ Minha menina/ Mas sou minha/ Só minha/ E não de quem quiser

1º de julho - Renato Russo

Em nosso cotidiano, somos sobrecarregados com diversas mensagens, sejam elas midiáticas, estatais, religiosas ou pedagógicas. Seus conteúdos, em uma gigantesca maioria, advogam por modelos ideais de conduta a serem cegamente seguidos. A família dos comerciais de margarina, o corpo escultural dos atores hollywoodianos, o relacionamento heterossexual, o sucesso financeiro e a roupa da moda: apenas alguns exemplos difundidos e esperados aos contemporâneos ou, no ver filosófico, guias incontestáveis para nossa constituição enquanto sujeitos.

Será possível, então, considerar natural e inevitável perseguirmos esses padrões pré-estabelecidos? O filósofo francês Michel Foucault (1926-1984), em seus estudos sobre o sujeito, vai até a Antiguidade Clássica para encontrar outra perspectiva acerca dos modos de construção de si, revelando disposições distintas dessa perseguição obediente e sistemática aos modelos que nossa sociedade aparenta firmar.

Na Roma e Grécia clássicas, Foucault identificou uma filosofia na qual o cidadão livre[2], para exercer verdadeiramente sua liberdade, deveria se despir das normas prescritas que conduziriam seu ser. Ao criar sua própria ética[3], baseada na sua percepção particular das morais vigentes[4], o indivíduo se tornaria senhor de si, soberano de suas escolhas e atividades, e, assim, teria uma existência própria, moldada e transformada constantemente de modo autônomo em relação às morais impostas. Essa experiência de constituição de si, livre dos paradigmas sociais, pode ser chamada por diversos nomes: artes da existência, estéticas da existência, práticas de si, artes do viver.

É possível dizermos, então, que o objetivo era tomar distância dos desejos, valores e convenções da maioria, de modo que a arbitrariedade da moral não dirigisse aquele cidadão mais do que ele mesmo. É bem notável, por isso, a relação entre a constituição de si[5] e os assuntos políticos. Para os gregos e romanos, um bom governante era, primeiro, aquele que se moldando sob sua ética e, assim, sabendo se autogovernar, saberia melhor administrar os aspectos políticos. Cuidar primeiro de si mesmo para, consequentemente, cuidar do outro, se aproxima dessa noção política. Nesse momento, vale ressaltarmos a diferença de percepção que se assenta sob o cuidado consigo próprio na antiguidade e na atualidade.

Seguindo a moral cristã, ainda hoje de certa forma vigente, qualquer posição na qual o interesse particular se coloque acima dos interesses do todo, é acusada de individualista ou, até mesmo, de egoísta - atribuição que se aproxima quase de uma ofensa à vida em comum. Ideia basilar dos princípios cristãos, viver em rebanho significa abdicar de si em favor do próximo, na tentativa de tornar sua existência análoga a de Cristo: viver e morrer pela humanidade.

É corriqueiro associarmos, portanto, as artes da existência às práticas egocêntricas. Contudo, essa relação pode estar equivocada em virtude de entendermos que as artes da existência reconhecem que a relação com a comunidade depende da relação que é desenvolvida consigo próprio, isto é, elas consideram ser necessário cuidar primeiro de si - através do exercício da autoelaboração e do autogoverno - para o posterior cuidado com o outro. Logo, somente aquele que consegue cuidar de si, está apto para cuidar do outro.

Podemos, desse modo, perceber que a moral cristã, ao exigir a renúncia de si mesmo, também anula os corpos com seus desejos, instintos e pulsões em troca da promessa de viver uma vida junto a Deus [6]. Contrário a isso, as técnicas de si têm em vista a apropriação de um jeito de ser e de se corporificar como singular, que se descobre e se reinventa constantemente, tencionando o indivíduo a se libertar da moral e das verdades de seu tempo através de um árduo exercício de si e sobre si.

Em vez de se submeter às normatizações, a ética da condução da vida e da práxis da liberdade - as artes da existência - (...) substitui a moral, que foi imposta ao indivíduo a partir de uma instância codificadora, seja ela Igreja ou Estado. [7], pretendendo, acima de tudo, que o indivíduo fabrique a si mesmo. Diferente do que é visto na atualidade

Essas práticas de si tiveram, nas civilizações grega e romana, uma importância e, sobretudo, uma autonomia muito maiores do que tiveram a seguir, quando foram até certo ponto investidas pelas instituições religiosas, pedagógicas ou do tipo médico e psiquiátrico. (...) [8].

As técnicas de controle e sujeição do corpo, da mente e da palavra perpassam, hoje, significativa parcela dos discursos institucionais. Torna-se cada vez mais incontestável a euforia do consumismo, a pregação do modelo de corpo esquálido associado a um simples apelo imagético, as sexualidades medicalizadas... Conforme pode ser visto a seguir:

(...) os grandes ideias de uma vida se confundem com os comerciais de Tv. Sucesso financeiro , beleza anoréxica , felicidade no amor , família de alta performance , cultura da paz , mundo sustentável há no supermercado de ideais pós-cristão uma gama variada de produtos que, rigorosamente, fazem o mesmo papel dos antigos ideais cristãos: propagam a renúncia de si mesmo em benefício ao nada. [9].

Assim, de maneira diversa àquela encontrada na filosofia da Antiguidade Clássica, hoje, renunciamos a nós mesmos, à medida que, com uma postura cômoda, aceitamos nossa irreflexão frente aos mecanismos de controle e suas normas, tal como em uma dissipação esterilizante de si próprio e do tempo com o propósito de nada construir de novo [10]. Consumimos com insensatez os valores e abandonamos a nós mesmos. Sujeitamo-nos à opinião alheia, à vida social, à ciência, ao Estado, num esforço constante para não termos consciência de nada e atribuirmos a outrem seja ele a moral, Igreja, Estado, medicina, mídia o leme de nossas experiências e, sobretudo, de nossas vidas.

Ainda assim, em meio à passividade e preguiça de críticas, devemos considerar a persistência de dinâmicas contra todo esse repouso. É o caso de algumas artistas contemporâneas, que tomam parte dos seus trabalhos e do entusiasmo de moldarem a si próprias como meio para instabilizar essa massa inerte e apática. De modo audacioso, elas questionam e desafiam os rígidos padrões impostos ao sujeito e corpos femininos, seguindo em suas obras a Antiga filosofia de ser o que se é. Neste artigo, tomaremos como exemplo a série fotográfica A Representação da Mulher Gorda Nua na Fotografia [11] de autoria da paranaense Fernanda Magalhães (1962 -).

Como uma artista de si ...

Artista plástica e fotógrafa, Fernanda Magalhães, desde cedo, teve contato próximo com a linguagem artística. Seu pai, Antônio Magalhães, foi jornalista, poeta, ator e fotógrafo - intenso admirador das artes. Devido a esse seu gosto, o espaço doméstico onde a artista cresceu mostrava-se sempre apinhado de livros, fotografias, câmeras, desenhos e filmes. Na tipografia dele, havia um laboratório fotográfico, onde ela recolheu suas primeiras impressões, ainda aos seis anos de idade, e que a levou, anos depois, a se certificar da carreira de fotógrafa.

O espaço doméstico vivo nas artes, unido ao encanto pessoal de Fernanda por essa linguagem, estimulou-a a desenvolver suas percepções. Percorrendo diversos espaços: da literatura, passando à música, dança e cinema, ela se permitiu experimentar diversos modos de se fazer arte.

Posteriormente, pôde conhecer e ser tocada pelo trabalho de fotógrafos e artistas como Angela Magalhães, Nadja Peregrino, Hélio Oiticica, Evgen Bavcar e Cindy Sherman; e pelo pensamento de filósofos como Gilles Deleuze e Michel Foucault.

Hoje, doutora em artes pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e professora da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Fernanda Magalhães tem um extenso trabalho que tangencia questões sobre a percepção visual, a fotografia e o corpo seus significados e apropriações. Auto Retrato no RJ (1993), A Representação da Mulher Gorda Nua na Fotografia (1995), Classificações Científicas da Obesidade (1997), de viés (2001), Fotos em Conserva (2000-2008), Corpo Re-Construção Ação Ritual Performance (2003-2008) - que lhe rendeu o título de mestre e doutora em artes - são apenas alguns exemplos que ilustram parte do seu vasto trabalho.

Neste artigo apoiar-me-ei em sua série de 1995 - composta, ao todo, por 23 imagens publicadas. Nela, a fotógrafa usa recortes de jornal, revistas pornográficas e trechos de textos inseridos no conjunto da imagem, compondo um todo que pretende tornar visíveis corpos que cotidianamente são invisíveis, considerados feios e doentes. Nas imagens, de modo ousado, ela revela o corpo feminino obeso e traz à tona questões relativas à higienização lipofóbica, na qual as identidades e imagens desses corpos devem ser contidos.

O entusiasmo para se embrenhar na temática do corpo surgiu em 1993, quando morou no Rio de Janeiro. Enquanto, no calor das praias cariocas, dentro de ônibus, metrôs e ruas era recorrente encontrar corpos evidentemente malhados - à mostra, seu corpo - obeso - era reprimido. Foi aí que a artista desenvolveu sua primeira série fotográfica intitulada Auto Retrato no RJ : impulso inicial para seus próximos projetos.

Essa série retrata o impacto e o estranhamento causados pela mostra diária de corpos e a necessidade de estarem adequados aos padrões estabelecidos. Nela, Fernanda se auto-retrata acuada em um canto do quarto, Em Auto Retrato no RJ , como se estivesse presa a uma camisa de força, simbolizando a contenção do seu corpo a fotógrafa realiza uma crítica destemida e perspicaz à negação e exclusão do corpo da mulher gorda - seu próprio corpo.



Auto Retrato no RJ Fernanda Magalhães, 1993.

Recolhendo essas vivências no Rio de Janeiro, a artista elaborou o projeto A Representação da Mulher Gorda Nua na Fotografia , o qual (...) engloba diversas séries de trabalhos desenvolvidos ao longo (...) [de] 15 anos de produção (...). São fotografias, auto-retratos, desenhos, colagens, textos, paisagens sonoras, instalações e performances (...) [12].

Nessa série, Fernanda utiliza-se de recortes de auto-retratos nus em conjunto a outros de revistas de mulheres gordas nuas, em especial, a revista norte-americana Buff[13], além de imagens e escritos diversos.

As imagens a seguir[14] compõem parte da série A Representação da Mulher Gorda Nua na Fotografia :



Cada imagem recebe o título Gorda , no qual é adicionado uma numeração sequencial. Essa particularidade sugere uma tentativa de deslocar a noção auto-representativa geralmente encontrada em auto-retratos - à tentativa de abrangência da problemática do projeto: a submissão da anatomia feminina; não centrada, portanto, somente nas experiências pessoais da artista.

Na imagem fotográfica à esquerda, intitulada Gorda 17 , palavras como gorda , corpo , imagem e mulher se destacam como colagens, e acabam sendo um tipo de repetição alucinada que causa o terror de médicos e mulheres. À direita, na Gorda 06 , o mesmo ocorre. Emergem fantasmagóricos escritos à mão com frases desconexas como: estaturas física pode ser cheios de ... o corpo da glutona corresponde ao robusto corpo da gorducha (...) , além de palavras recortadas de jornais referindo-se ao corpo gordo e termos comumente associados a ele, como emagrecer .



Na imagem à esquerda, chamada Gorda 22 , há escritos culinários recomendando o uso exclusivo de óleo, gordura, banha e azeite. Ainda há dois corpos gordos rodeados pela gordurosa receita, o que sugere uma aproximação entre os dois elementos. Já na imagem à direita, denominada Gorda 09 , Fernanda recortou a cabeça do seu corpo fotografado e a substituiu pela cabeça da Vênus de Willendorf[15], a qual apresenta uma corpulência semelhante à da fotógrafa e que em tempos remotos era cultuada como símbolo da fertilidade, e suas formas esperadas para uma fêmea fértil e saudável. No entorno do seu corpo, encontra-se a seguinte inscrição: A obesa da Vênus de Willendorf da feminilidade e da deusa do colo . Também há um recorte de jornal com o seguinte texto: outra página enumera uma lista de pedidos aos aliados não gordos. O primeiro: Ser vista como um ser humano sexual .

Compreendendo ações políticas e reflexivas, seu trabalho aborda o corpo de mulheres gordas recusados por não se enquadrarem nas expectativas sociais e nas imposições culturais. Ela despe corpos omitidos e odiados, desafiando a era da imagem photoshopada ao mostrar aquilo que ninguém quer ver. Assim, Fernanda caminha pela contramão das imagens homogeneizadas expostas nas mídias, as quais procuram engessar a pluralidade de formas, cores, texturas e tamanhos dos corpos: matérias heterogêneas.

Como suportes de sua poética, corpos obesos e vivências de rejeição tocam em conflitos pessoais, que, também vividos por inúmeras mulheres - como a dura exigência de ser magra e sedutora -, marcam suas obras com a densidade própria dos assuntos que envolvem problemas sociais e individuais, como a obesidade, a anorexia e a autoestima [16]. Ao questionar e resistir aos estereótipos culturais ela sugere, portanto, destituir o corpo dos mecanismos de poder coercitivos e propor possibilidades de viver a corporalidade sem manuais.

Tecidos artístico-filosóficos

Tomando a obra artística da Fernanda Magalhães como exemplo, vemos arte e filosofia se entremearem. No contexto de um mundo contemporâneo de ideais pós-cristão [17], discursos normativos agem com o intuito de planificar as singularidades constituintes de sujeitos e corpos. Com frequência, temos que abdicar de nossas escolhas e particularidades físicas para aderir a um modelo pronto.

Lipocavitação, carboxiterapia, cirurgia bariátrica, mamoplastia, botox capilar - termos assustadores para práticas assustadoras. A maioria são intervenções cirúrgicas com o propósito de adequar corpos ao tipo ideal: aquele que contempla mulheres brancas, magras e homens também brancos, mas musculosos. Conforme matéria publicada, em agosto de 2012, no jornal Folha de SP , torna-se cada vez mais frequentes cirurgias plásticas para aperfeiçoar a estética visual da vagina[18]. Até mesmo essas inofensivas genitálias tornaram-se alvos da caça aos inadequados . Às mulheres já notificadas, mais uma porção de seu corpo a ser avaliada com o olhar criterioso de um clínico estético.

Não é novidade recorrermos a procedimentos cirúrgicos de risco para moldarmos nossos corpos. A questão que aponto aqui não é a transformação, ou melhor, a uniformização, de seios, faces ou vaginas, por exemplo, mas sim o ato acrítico, passivo e mecânico de nos retalharmos para, como obedientes e servis ovelhas de um rebanho, sermos conduzidos à dádiva do corpo ideal contemporâneo.

Os corpos, pelo tempo ou por vontade do próprio indivíduo, são, de modo contínuo, alterados, metamorfoseados. Nossas cicatrizes, rugas, tatuagens, piercings ou, até mesmo, o vestuário são marcas de nossas experiências e escolhas que nos subjetivam. Como a massa de modelar nas mãos de uma criança, nos modificamos à medida que vivenciamos o cotidiano imprevisível.

Contrário à liberdade que aparenta ter, a transformação do corpo, conforme os apelos das normas, não passa senão de um ato desatento a um poder machista que não restringe suas investidas apenas ao domínio do corpo feminino, mas também, a todos os tipos de corpos. Com a mesma passividade dos ratos do Flautista de Hamelin[19], somos conduzidos e aprisionados em tipos fechados por essa tirania que nos violenta. A família perfeita, o sexo como nos vídeos pornôs, a mulher da capa de revista feminina, o homem galã de novela ...

Nesse regime totalitário, diferenças são mal vistas: corpos devem seguir os clichês publicitários; comportamentos sexuais se submetem aos conselhos imperativos da família, da religião, do Estado e da mídia, no último, em guias do orgasmo e da sedução [20], por exemplo. São legiões de corpos que marcham em direção a clínicas estéticas, academias de ginástica, spas, endocrinologistas com o propósito de terem seus corpos e sujeitos guiados ao caminho mais adequado .

Fernanda Magalhães usa do potencial reflexivo das artes para suscitar uma antiga e libertadora possibilidade apesar de ignorada por muitos de nós: ser o que se quer ser. Em suas obras, ela se apega à questão do corpo obeso e revela a chance de ser possível viver e ser feliz com seus excessos de gordura, celulite, estrias ou qualquer outra característica inventariada pela caça aos inadequados . Nessas exclamações, a artista também pensa as sexualidades marginalizadas e tantas outras formas de tirania que pretendem sufocar os indivíduos em suas encantadoras peculiaridades.

A antiga prática das artes da existência interage com esse caminho ilustrado pelas artes da Fernanda. Ela propõe uma elaboração de si como uma configuração artística, como um constante moldar do eu que aceita suas multiplicidades:

Em vez de procurar a si próprio ou de render-se às práticas de normalização, trata-se de primeiro fabricar a si mesmo. Isso envolve a elaboração do eu como uma obra de arte. O sujeito que se compreende como uma obra de arte, não quer mais descobrir-se a si mesmo em toda a verdade e pureza, não quer liberar o homem em seu ser autêntico , mas inventar e elaborar a si mesmo. [21].

Nesse caminho, A configuração estética de si próprio é o projeto oposto à existência moral, normalizada, e marca também um novo conceito de arte, que consiste em dar uma forma a si mesmo. (...) [22]. A arte, no sentido da obra pensada pelo artista, e a arte, no sentido filosófico, combinam-se para pensar o indivíduo livre dos paradigmas que o prende. Elas desejam moldes de si mutáveis, originais na diversidade de cada um, como uma obra de arte que modifica sua essência a cada olhar e/ou toque atentos de quem a sente.

Libertar-se dos imperativos - da beleza, do sexo, da moda e entre tantos outros - para criar e viver as suas próprias regras e poder exclamar sua autenticidade como na conhecida composição de Renato Russo: (...) sou minha/ Só minha/ E não de quem quiser. É essa a proposta das artes da existência e das artes da Fernanda Magalhães: experimentar a si mesmo.



Bibliografia:

FOUCAULT, Michel. A tecnologia política dos indivíduos. Ética, sexualidade, política. Manoel Barros da Motta (org.); Elisa Monteiro, Inês Autran Dourado Barbosa (trad.). Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004a.

FOUCAULT, Michel. Ética do cuidado de si como prática da liberdade. Ética, sexualidade, política. Manoel Barros da Motta (org.); Elisa Monteiro, Inês Autran Dourado Barbosa (trad.). Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004b.

HARA, Tony. Nietzsche e a arte de viver. In: Ensaios sobre a singularidade. São Paulo: Intermeios; Londrina: Kan Editora, 2012.

MAGALHÃES, Maria Fernanda Vilela. Corpo Re-Construção Ação Ritual Performance. Curitiba-PR: Travessa dos Editores, 2010.

SCHMID, Wilhelm. Dar forma a nós mesmos: sobre a filosofia da arte de viver em Nietzsche. In: VERVE: Revista Semestral do NU-SOL Núcleo de Sociabilidade Libertária/ Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais, PUC-SP. Nº 12 (outubro 2007). São Paulo: o Programa, 2007 Semestral.

TVARDOVSKAS, Luana Saturnino.; RAGO, Luzia Margareth. Fernanda Magalhães: arte, corpo e obesidade. Caderno Espaço Feminino, v. 17, n. 01, jan/jul 2007.


[1] Graduanda em História pela Unicamp. E-mail para contato: claritagodoy1@hotmail.com

[2] Cidadão livre é o termo pelo qual homens romanos ou gregos nascidos de pais nativos eram denominados. Escravos, mulheres e estrangeiros não o eram considerados. Cf. FUNARI, Pedro Paulo Abreu. Grécia e Roma 4ª ed. - São Paulo: Contexto, 2009.

[3] O termo ético vem do grego êthos , que significa uma maneira de ser, de se conduzir, de se fazer visível aos outros . Cf.: HARA, Tony. Nietzsche e a arte de viver. In: Ensaios sobre a singularidade. São Paulo: Intermeios; Londrina: Kan Editora, 2012, p. 14. A ética, para os gregos, era a forma pela qual o indivíduo decidia se portar perante as circunstâncias do cotidiano: seu regime alimentar, o modo de se vestir, a entonação de sua voz, a maneira de caminhar. Eles consideravam ser possível o trabalho ético se constituir de modos diversos através de um trabalho sobre si, não objetivando adequar seu comportamento conforme uma regra preestabelecida, mas sim transformar a si mesmo em um sujeito moral de sua conduta. Cf.: FOUCAULT, Michel. Ética do cuidado de si como prática da liberdade. Ética, sexualidade, política. Manoel Barros da Motta (org.); Elisa Monteiro, Inês Autran Dourado Barbosa (trad.). Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004b, p.213.

[4]A moral pode ser entendida como (...) um conjunto de valores e de regras de conduta postos aos indivíduos e grupos por meio de aparelhos prescritivos, como a família, as instituições educativas e as Igrejas, por exemplo. Cf.: FOUCAULT, Michel. op. cit., p.211. Nessa perspectiva, a moral constitui um conjunto de regras fixas e austeras impostas aos indivíduos.

[5] Vale lembrar que o conceito de si , aqui utilizado, não é composto como uma identidade fixa, mas sim como um sujeito plural e mutável em suas formas, logo, modelador de sua própria ética baseada na sua assimilação da moral.

[6] HARA, Tony. op. cit., p. 22.

[7] SCHMID, Wilhelm. Dar forma a nós mesmos: sobre a filosofia da arte de viver em Nietzsche. In: VERVE: Revista Semestral do NU-SOL Núcleo de Sociabilidade Libertária/ Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais, PUC-SP. Nº 12 (outubro 2007). São Paulo: o Programa, 2007 Semestral, p. 48.

[8] FOUCAULT, Michel. A tecnologia política dos indivíduos. Ética, sexualidade, política. Manoel Barros da Motta (org.); Elisa Monteiro, Inês Autran Dourado Barbosa (trad.). Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004a, p. 265.

[9] HARA, Tony. op. cit., p. 22.

[10] Ibdem, p. 29.

[11] Prestigiada, em 1995, pelo VIII Prêmio Marc Ferrez de Fotografia/ Minc/Funarte, esta série também circulou por salas de exposição em vários países e hoje integra o acervo da Maison Europée de La Photographie, em Paris.

[12] MAGALHÃES, Maria Fernanda Vilela. Corpo Re-Construção Ação Ritual Performance. Curitiba-PR: Travessa dos Editores, 2010, p. 100.

[13] Revista americana com imagens sexuais explícitas e que foi introduzida no mercado brasileiro a partir da década de 1990, tornando-se muito popular.

[14] As imagens da série foram retiradas do arquivo pessoal da artista.

[15] Encontrada na Áustria, a Vênus de Willendorf é uma pré-histórica estatueta que representa uma figura feminina. Arqueólogos acreditam que seus volumes acentuados simbolizam a fertilidade e, com isso, o ideal de beleza daquele período. Disponível em: http://www.portaldarte.com.br/prehistoricavenus.htm#willendorf.

[16] TVARDOVSKAS, Luana Saturnino; RAGO, Luzia Margareth. Fernanda Magalhães: arte, corpo e obesidade. Caderno Espaço Feminino, v. 17, n. 01, jan/jul 2007.

[17] HARA, Tony. op. cit., p. 22.

[18]FOLHA DE SP. A vagina não é bonita, dá para ficar melhor', diz modelo que fez cirurgia íntima, 28/08/2012. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/
1142979-a-vagina-nao-e-bonita-da-para-ficar-melhor-diz-modelo-que-fez-cirurgia-intima.shtml. Acesso em: 14/11/2012.

[19] Conto do folclore alemão, o Flautista de Hamelin foi reescrito pelos Irmãos Grimm e narra um incidente ocorrido na cidade de Hamelin - infestada por ratos - em 1282. Chega, então, à cidade um rapaz que se dizia caçador de ratos. Feito um acordo, o sujeito hipnotizou os animais com sua flauta e os conduziu até o rio, onde morreram afogados. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Flautista_de_Hamelin.

[20] Revista Nova Cosmopolitan. Especiais. Disponível em: http://mdemulher.abril.com.br/revistas/nova/ Acesso em: 14/11/2012

[21] SCHMID, Wilhelm. op. cit., p. 50.

[22] Ibdem, p. 47.





 Editorial | Expediente | De Historiadores | Dos Alunos | Arqueologia | Perspectivas | Professores | Entrevistas

 Reportagens | Artigos | Resenhas | Fórum | Eventos | Curtas | Instituições Associadas | Nossos Links


Um comentário:

  1. It has very superior diary! I always accurately came here from http://byebra.pt that thoughts to be minuscule material knocker modify taping in the mankind and it's real reusable.

    ResponderExcluir

opinião e a liberdade de expressão

Manoel Messias Pereira

Manoel Messias Pereira
perfil

Pesquisar este blog

Seguidores

Arquivo do blog