sábado, 18 de maio de 2013

A uma passante

A rua em torno era um frenético alarido.
Toda de luto, alta sutil, dor majestosa,
Uma mulher passou, com mão suntuosa
Erguendo e sacudindo a barra do vestido.

Pernas de estátua, era-lhe a imagem nobre e fina
Qual bizarro basbaque, afoito eu lhe bebia
No olhar, céu lívido onde aflora a ventania,
A doçura que envolve e o prazer que assassina

Que luz. . . e a noite após! - Efêmera beldade
Cujo olhos me fazem nascer outra vez,
Não mais hei de te ver senão na eternidade?

Longe daqui! tarde demais! nunca talvez!
Pois de ti já me fui, de mim tu já fugiste,
Tu que eu teria amado, ó tu que bem o viste!



Charles Baudelaire

poeta Francês
clássico do século XIX

París - França



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Manoel Messias Pereira

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