sábado, 12 de outubro de 2013

Silêncio da noite

Foto de Haroldo de Campo
poeta brasileiro


Poesia de Benedito A Vilalva
Silêncio da noite.

É noite, e o silêncio é assustador.
O vento sussurra em minha janela,
Como se segredos quisesse me contar,
Mas; que eu temo ouvi-los.

Ouço bater forte meu coração,
Como se esperasse por alguém que se foi,
E que somente em sonhos poderá voltar
Na realidade serão somente sonhos.

O vento persistente, cheio de segredos,
Sussurra mais forte aos meus ouvidos.
Um frio cortante vindo dos murmúrios,
Congela ainda mais os meus temores.

Sei que não há afabilidade
Que possa me aquecer.
Não é um frio comum.
Parece estar vindo de dentro para fora.

Como se a alma gelasse por ser só ela
Capaz de entender os sussurros do vento,
Que talvez esteja vindo doutr’alma
Que ansiosa também espera pela vez.

Olho as paredes, silenciosas e frias.
Pois o vento estável, passa pelas frestas
Da janela do meu solitário, vazio quarto,
E se torna tão abrangente a minha solidão.

Lá que eu me perco todas as noites,
A esperar que o vento venha sussurrar
Aos meus ouvidos alguma esperança
De que tudo valerá a pena um dia.

Mesmo não entendendo seus lamentos,
Ele é o único amigo que vem me visitar,
Trazendo o silvar do singular frio
Que ainda aquece minha angustiad’alma.

B. A. VILLA.
09/10/013
poeta - São José do Rio Preto-SP
A musica de Caetano Veloso

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Manoel Messias Pereira

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