Hoje no dia 7 de novembro de 2010, como leitor da Folha de São Paulo, assinante deste jornal, duas matérias jornalísticas chamam-me a atenção.
A primeira matéria é Opinião - Página A-2, texto do escritor acadêmico Carlos Heitor Cony, com o título de "A Cigana que nos engana"
Neste texto ele fala sobre a Internet, com base em dois autores, que na opinião ele não recorda-se se é Renan ou Carlye, que fala do" progresso a um tipo de charlatanismo que nos deslumbra a possibilidade de tudo conseguirmos e de tudo podermos"
E num texto desta matéria Cony escreve a frase "A informática é uma espécie de cigana mais ou menos honesta, programada para acertar sempre".
E é essa frase que no meu entender, tem problemas, pois os povos ciganos são pessoas descendentes de uma étnia e que merecem respeito, pois são seres humanos, que estudam, trabalham e contribuem para o desenvolvimento social em todo o mundo é uma civilização e não pode estar associada a idéia, da honestidade ou desonestidade.
E aproveito para lembrar que, quando estive numas das Conferências sobre as etnias brasileiras, que ocorreu no Palácio do Governo do Estado de São Paulo, na gestão de Geraldo Alkimin, recordo que a Comunidade Cigana, pedia para os educadores, atenção sobre o livro "As memórias de um Sargento de Milícias", que geralmente é indicado para o vestibular, mas que também apresenta a figura do cigano de forma pejorativa e preconceituosa.
Uma outra matéria, que na verdade é a opinião do jornalista e Deputado Aldo Rebelo, intitulada "Monteiro Lobato no Tribunal Literário". Em que o deputado aborda o parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) de que o livro "Caçada de Pedrinho" deve ser proibido nas escolas públicas ou ao menos estigmatizados com o ferrão do racismo, instala no Brasil um tribunal literário.(Na página A3 de Tendências e Debates).
O que aprendi na minha formação educacional, em termos de especialização sobe a cultura étnica,é que o Brasil é fruto, do pensamento europeu, da política do branquiamento, e tem de forma cristalizada, todo o processo está amplamente naturalizada. Portanto a idéia da superioridade racial, o positivismo, do naturalismo são valores ideológicos estabelecidos e formalizados educacionalmente . E assim várias obras que apresentam as questão como um processo discriminatório, faz parte de um contexto que necessitam do trabalho profissional da educação. Não se proibe, se constroem a desconstrução da obra.
Assim como observei que o deputado, trabalha e traz a tona a idéia da Bíblia, que mantem a submissão da mulher, e de outros livros como de José de Alencar, ou Gracioliano Ramos. Ou seja são obras pra ser analisada num contexto histórico e sociológico diferente do nosso tempo. Pois a discussão que hoje temos, sociológicamente iniciou-se a partir do marco de Casa Grande e Senzala em 1933 de Gilberto Freire, que falava da mestiçagem e da miscingenação.
Todos os outros pensadores, atuais beberam nesta fonte de princípio. E se buscarmos alicerçarmos em pensadores como Manuel Quirino, Arthur Ramos, e outros vamos observar que eles tem métodos muito parecidos com dos pensadores europeus, até medindo o tamanho do crânio dos negros. Embora esses senhores tenham contribuidos imensamente para com a antropologia e os aspéctos sociológicos, não podemos dizem que seus métodos eram revolucionários, ou foram fundamentados no que pensamos hoje em termos de pluralidade ou diversidade.
Essas duas opiniões da Folha de São Paulo, portanto não politicamente correta, nos possibilitam de fazer essa análise reflexiva. Pois desta forma contribuimos para rediscutir no momento a construção da liberdade de expressão e o respeito a diversidade.
Manoel Messias Pereira
professor de História
São José do Rio Preto-SP
Como nieta de GITANOS ESPAÑOLES estoy totalmente de acuerdo con lo anteriormente expuesto por el professor Manoel Messias Pereira....MUITO OBRIGADA.... Atentamente ADRIANA LINARES.
ResponderExcluir(MONTEVIDEO-URUGUAY)