sábado, 14 de setembro de 2013

Vidas de crianças estão em risco

Vidas de crianças estão em risco

Brasília – Um relatório divulgado ontem pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) indica que, se permanecerem as atuais tendências, o mundo não atingirá o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio 4 (diminuir em dois terços a taxa de mortalidade de crianças menores de 5 anos até 2015). Pior ainda: se continuarem as atuais tendências, o objetivo não será alcançado antes de 2028. O custo da inércia é assustadoramente alto: 35 milhões a mais de crianças podem morrer, na maioria das vezes por causas evitáveis, entre 2015 e 2028, caso a comunidade global não realize ações imediatas para acelerar o progresso.
Alex Régis
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Essa é a má notícia. Mas o relatório também oferece algumas boas notícias. Mostra que é possível fazer importantes avanços na área da sobrevivência infantil. Em termos globais, o número anual de mortes de menores de 5 anos caiu de estimados 12,6 milhões em 1990 para aproximadamente 6,6 milhões em 2012. Ao longo dos últimos 22 anos, o mundo salvou cerca de 90 milhões de vidas que, de outra forma, teriam sido perdidas. “Sim, devemos comemorar o progresso”, disse Anthony Lake, diretor executivo do Unicef. “Mas como podemos comemorar quando ainda há tanto a fazer antes de atingirmos a meta? Podemos acelerar o progresso, e sabemos como, mas temos que agir com renovado senso de urgência”.

Há pouco mais de um ano,  Etiópia, Índia e Estados Unidos lançaram, juntamente com o Unicef, o “Compromisso com a Sobrevivência Infantil: Uma Promessa Renovada”. Trata-se de um esforço global para evitar que as crianças morram devido a causas facilmente evitáveis.

Até agora, 176 governos, incluindo o brasileiro, assinaram o compromisso de acelerar o progresso na área da sobrevivência infantil. Centenas de organizações da sociedade civil, grupos religiosos e indivíduos também se comprometeram a apoiar a meta comum de proporcionar a cada criança o direito de sobreviver e de ter o melhor início de vida possível.

O “Relatório de Progresso 2013 sobre o Compromisso com a Sobrevivência Infantil: Uma Promessa Renovada” examina as tendências na mortalidade na infância desde 1990, analisa as principais causas de morte de crianças menores de 5 anos e descreve ações nacionais e globais voltadas a salvar vidas infantis. O progresso realizado até agora se deve aos esforços coletivos realizados por governos, sociedade civil e setor privado, bem como ao aumento das intervenções de baixo custo e baseadas em evidências, tais como mosquiteiros impregnados com inseticidas, remédios, vacinas, aleitamento materno adequado, suplementos nutricionais e terapia alimentar, reidratação oral para os casos de diarreia e maior acesso a água potável e saneamento, entre outros.

O relatório revela uma significativa redução nas mortes infantis evitáveis em todas as regiões do mundo, e em todos os níveis de renda nacional, inclusive países de baixa renda. Aliás, alguns dos países mais pobres foram os que obtiveram os maiores êxitos na sobrevivência infantil desde 1990. Alguns países de baixa renda e com alta taxa de mortalidade na infantil (como Bangladesh, Etiópia, Libéria, Malaui, Nepal e Tanzânia) já reduziram suas taxas de mortalidade de menores de 5 anos em dois terços ou mais desde 1990. Atingiram, assim, o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio 4, que se refere à redução da mortalidade na infância antes da data limite de 2015.

Em termos globais, o ritmo do declínio acelerou, uma vez que a taxa anual de declínio triplicou desde a década de 90. Na África ao sul do Saara também houve aumento no ritmo de declínio: a taxa anual de redução cresceu mais do que cinco vezes desde o início dos anos 90. Nos últimos sete anos, a África Oriental e Meridional esteve entre as regiões com melhor desempenho em todo o mundo, tendo reduzido a mortalidade de menores de 5 anos a uma taxa anual de 5,3% entre 2005 e 2012.

Por outro lado, a região da África Ocidental e Central registrou o mais baixo nível de progresso na sobrevivência infantil, em comparação com outras áreas ao redor do mundo. A região também possui a mais alta taxa de mortalidade, em que quase uma em cada oito crianças morre antes de completar 5 anos. Desde 1990, não houve virtualmente nenhuma redução no ritmo  anual de mortes na infância na região da África Ocidental e Central.


Fonte ; Tribuna do Norte

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Manoel Messias Pereira

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