domingo, 19 de janeiro de 2014

Reflexão Literária - Miriam Alves, Allen Ginsberg e Manoel Messias Pereira

Poesia - Miriam Alves
Abandonados

Eram meninos
menores
errantes na terra dos homens
Eram meninos menores
agonizantes
sedentos nus
Eram meninos
menores
agora..... não eram
nenhum


Miriam Alves

poetisa
São Paulo - SP - Brasil


Canção Triste - violão de Edson Lopes



Poesia de Allen Ginsberg
Allen Ginsberg



Canção 

O peso do mundo
é o amor.
Sob o fardo
da solidão,
sob o fardo
da insatisfação 

o peso
o peso que carregamos
é o amor.

Quem poderia negá-lo?
Em sonhos
nos toca
o corpo,
em pensamentos
constrói
um milagre,
na imaginação
aflige-se
até tornar-se
humano -
sai para fora do coração
ardendo de pureza -

pois o fardo da vida
é o amor,

mas nós carregamos o peso
cansados
e assim temos que descansar
nos braços do amor
finalmente
temos que descansar nos braços
do amor.

Nenhum descanso
sem amor,
nenhum sono
sem sonhos
de amor -
quer esteja eu louco ou frio,
obcecado por anjos
ou por máquinas,
o último desejo
é o amor
- não pode ser amargo
não pode ser negado
não pode ser contigo
quando negado:

o peso é demasiado
- deve dar-se
sem nada de volta
assim como o pensamento
é dado
na solidão
em toda a excelência
do seu excesso.

Os corpos quentes
brilham juntos
na escuridão,
a mão se move
para o centro
da carne,
a pele treme
na felicidade
e a alma sobe
feliz até o olho -

sim, sim,
é isso que
eu queria,
eu sempre quis,
eu sempre quis
voltar
ao corpo
em que nasci.


Allen Ginsberg

poeta norte americano
Newark - New Jersey


Allen Ginsberg e Paul MarcCartney

Poesia de Manoel Messias Pereira
Charge de Carlos Latuf



Resgate da Felicidade


Como sera a estética da felicidade
pensando em quem está governando
será a tropa de elite do Rio de Janeiro
metralhando crianças
invadindo casas
transformando vidas
em torturas
como pau-de araras
em que dependuram brasileiros
ou a estética da felicidade
está em São Paulo, a terceira
maior cidade
do planeta
onde as pessoas são jogadas
esquecidas e adormecem nas calçadas,
ou será o jardim de frente a USP
Largo São Francisco
onde mendigos defecam ao ar livre,
ou a felicidade
é apenas uma cantiga triste
de um sonho que se desmancha,

Se olhar a estrutura politica
vejam essas indecências
patrocinadas por uma série de empresas
que coloca testas de ferro nos poderes,
pra fingir de deputados, governadores
estabelecem salários de mediocridades
impostos de enormidades
e inventam bolsas pra complementar
pois respeito que é bom nada,
O Brasil é essa leitura triste.
É preciso o resgatar a felicidade
pelo menos historicamente.


Manoel Messias Pereira

poeta, cronista
São José do Rio Preto-SP.


saudoso Pena Branca e Xavantinho cantando Lupicínio Rodrigues



Nenhum comentário:

Postar um comentário

opinião e a liberdade de expressão

Manoel Messias Pereira

Manoel Messias Pereira
perfil

Pesquisar este blog

Seguidores

Arquivo do blog