segunda-feira, 21 de novembro de 2011

FIC-Luanda - Festival Internacional da Cultura

Cornélio Caley (ao centro) abriu esta edição do encontro que na sua opinião tem vindo a crescer significativamente ao longo destes anos



Fotografia: Dombele Bernardo

O vice-ministro da Cultura, Cornélio Caley, afirmou, em Luanda, que o Festival Internacional de Cinema de Luanda (FIC-Luanda) é uma mais-valia para o desenvolvimento do sector, por projectar o país e os seus criadores a nível mundial.
Cornélio Caley abriu a quarta edição do festival internacional, que decorre até ao dia 24, no Cine Atlântico e no Auditório Pepetela, referiu que o FIC-Luanda tem evoluído, nos últimos anos, graças ao esforço empreendido pelo Ministério da Cultura e o Instituto Angolano de Cinema Audiovisual e Multimédia (IACAM).
O progresso do festival, acrescentou, deve-se à sua programação que inclui trocas de experiências entre cineastas estrangeiros e angolanos e a aposta na formação de jovens talentos, com o apoio dos países acreditados em Angola.
“O FIC-Luanda evoluiu significativamente nestes quatros anos. A primeira edição do projecto teve poucas participações. Mas a segunda já teve oito cineastas estrangeiros. A terceira trouxe 14 países. Mesmo número que mantemos na presente edição. Isto apenas mostra o interesse destes realizadores pelo cinema angolano e a sua abrangência”, disse.
Cornélio Caley revelou, ainda, que o ministério está a levar em conta o programa cultural de Angola, recentemente aprovado pelo Executivo, sobre a criação de novos espaços de cinema e a utilização mais racional dos existentes.
Está edição do FIC-Luanda tem 30 filmes em competição. Constam ainda do programa a realização de seminários e programas de formação, com a participação de mais de 50 jovens, exposições e a entrega do prémio “FIC Revelação”.








Abertura do Festival


O FIC-Luanda abriu, oficialmente, com a exibição do drama, “Por aqui tudo bem”, da realizadora angolana Pocas Pascoal. A longa-metragem narra as dificuldades vividas por duas adolescentes angolanas que passam por Portugal com destino à França, para pedirem asilo político, devido à guerra.
Sem dinheiro para comer e casa para morar, as irmãs, Alda e Maria, passam por muitas vicissitudes e acabam por se abrigar num edifício inacabado, num bairro habitado, na sua maioria, por angolanos. Com o pai raptado por rebeldes e a mãe morta durante o conflito armado, as jovens vêem-se sozinhas no mundo. O destino das duas torna-se uma incógnita.
Em declarações ao Jornal de Angola, a realizadora disse que o drama foi feito tendo em conta uma realidade vivida por muitos jovens angolanos em Lisboa, principalmente nos anos 1980.
A realizadora destacou ainda que o filme foi finalizado em Setembro do corrente ano e já foi exibido no Festival de Cinema do Rio de Janeiro, em Outubro, onde teve repercussão positiva.
Considerou fundamental a projecção dos filmes em competição nas salas de cinema nacional.
A realizadora angolana já participou em festivais internacionais de cinema, com destaque para Paris, Montreal, Milão, Roma, Roterdão e Ouagadougou.
Pocas Pascoal informou ainda que tem em carteira, para o próximo ano, a realização de um filme e um documentário sobre as mulheres angolanas. “Porém, ainda preciso de alguns apoios. Espero ter igualmente o apoio do Ministério da Cultura”, defendeu.
Residente há 25 anos, em Paris, onde tem a sua editora independente, Pocas Pascoal produziu duas curtas-metragens, uma longa-metragem e dois documentários. Foi a primeira operadora de câmara da Televisão Pública de Angola (TPA), onde ingressou em 1982. Esta é a sua segunda participação no FIC-Luanda.


A programação


O programa do FIC-Luanda destaca em 21 de novembro de 2011, o dia oficial do Brasil, depois de amanhã, dos Estados Unidos, e dia 23, o de Israel, país estreante no Festival.
Participam igualmente na presente edição Argélia, Argentina, Cabo Verde, Espanha, Cuba, Grécia, Holanda, Itália, Moçambique, Portugal e Suécia.
Hoje são exibidos, no Cine Atlântico, a partir das 15h00, os filmes “Stocktown x Sudafrica”, “Xilunguine, A terra prometida”, “Alfama”, “Taxi Sister”, “Los Ulisses”, “Le Bonheur Elza’s Happiness”, “Os Pastores do Deserto” e “O contador de História – Um passeio inesquecível”.











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Manoel Messias Pereira

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