segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Hezbollah desmantelou a rede de espiões da CIA Americana no Líbano

Hezbollah








Adam Goldman
e Matt Apuzzo
Associated Press


Washington - O grupo xiita Hezbollah desmantelou a rede de espionagem da Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos no Líbano, prejudicando severamente a capacidade do governo norte-americano em obter informações cruciais sobre a organização libanesa em uma época muito complicada no Oriente Médio, disseram funcionários dos EUA Washington considera o Hezbollah uma organização terrorista. Funcionários disseram que vários espiões estrangeiros que trabalhavam para a CIA foram capturados pelo Hezbollah nos últimos meses. O golpe contra as operações da CIA no Líbano ocorreu após funcionários graduados na agência de espionagem terem sido alertados no ano passado a terem um cuidado especial com seus informantes no Líbano.

O secretário-geral e líder há longo tempo do Hezbollah, o xeque Hassan Nasrallah, propagou em junho, na televisão do grupo, Al-Manar, que havia desmascarado dois espiões da CIA que haviam se infiltrado na organização. Embora a Embaixada dos EUA no Líbano oficialmente negue as acusações, funcionários americanos admitem que Nasrallah não mentiu e os danos se espalharam como um vírus, com o Hezbollah caçando metodicamente os informantes da CIA.

Algumas mortes são esperadas nessa guerra de espiões travada nas sombras. É um negócio extremamente perigoso e as pessoas são mortas. Mas os danos provocados à rede da CIA no Líbano foram maiores que o normal, disseram funcionários e ex-funcionários dos EUA, falando sob anonimato porque não estão autorizados a falar publicamente sobre assuntos de segurança.

A crise libanesa é o mais recente contratempo envolvendo as operações de contra inteligência da CIA, definidas como manipular e minar a capacidade do inimigo obter informações. Ex-funcionários da CIA disseram que o talento de se infiltrar, uma vez essencial, foi erodido quando a agência mudou da sua atividade original, de vigiar e influenciar agências rivais de espionagem, para lutar contra o terrorismo.

O exemplo mais recente e de alto perfil foi o homem-bomba suicida que fingiu ser um informante e matou sete empregados da CIA e feriu outros seis em Khost, no Afeganistão, em 2009. No ano passado, o então diretor da CIA, Leon Panetta (atualmente secretário de Defesa), disse que a agência precisava manter "uma maior consciência de contra inteligência". Mas oito meses depois, Nasrallah deixou o mundo saber como ele superou a CIA, ao demonstrar que a agência ainda luta com esse fator crítico da espionagem.

Xiitas usaram softwares de ponta

Usando os softwares de ponta disponíveis no mercado, os caçadores de espiões de Nasrallah começaram a procurar metodicamente por traidores dentro do Hezbollah. Para encontrá-los, disseram funcionários americanos, o Hezbollah examinou dados de telefones celulares buscando por anomalias. A análise identificou celulares que eram usados raramente ou sempre a partir de localidades específicas e apenas durante curto período de tempo. Então entrou em cena o trabalho fora de moda de detetive: quem naquela área tinha informações que teriam valor se fossem vendidas ao inimigo?

O esforço levou anos, mas finalmente o Hezbollah, e também o governo libanês, começaram a fazer detenções. Uma estimativa indica que 100 ativos de Israel foram presos, quando as notícias fizeram manchetes na região em 2009. Alguns dos supostos espiões de Israel trabalhavam em empresas de telefonia ou eram militares.

A CIA ficou alarmada e fez um relatório. O documento concluiu que seus ativos estavam sujeitos ao mesmo tipo de rastreamento que levou às prisões dos ativos de Israel, disseram os funcionários. "Perdemos uma série de gente em Beirute durante os anos" disse um funcionário aposentado dos EUA.

Mas qualquer ação que a CIA tomasse, não era suficiente. Como no caso dos israelenses, os informantes da CIA caíram e a agência não conseguiu protegê-los. Os funcionários da CIA começaram a repetir sempre um padrão de procedimentos quando encontravam seus informantes e isso permitiu ao Hezbollah identificá-los. Era o começo do fim.

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Manoel Messias Pereira

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