domingo, 23 de janeiro de 2011

O peixe


Observo o peixe pular numa faixa oblíqua de luz
Como uma lança atirada por mão submarina.
Uma fita dourada, moscqueada de sombra, uma curva segura.
E quando cai produz um firme, claro
Som como se a água fosse um gongo.
E onde cai enruga o mar de bronze.
Sacudindo a água com um brilho trêmulo, passando mais perto ainda de mim.
Afiadas sobre as minhas pernas, as rápidas barbatanas chicoteiam uma corente como uma correia sob a água.




Jorge de Lima



poema publicado no A Amanhã,
Rio de Janeiro em 14/10/1945

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Manoel Messias Pereira

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