Já estamos no fim de janeiro, em que as férias escolares, já vai terminando. Na nossa cabeça o descansar foi de plena tensão. E agora é hora de voltar.
Voltar a escola, como dizia um filho meu, ou voltar ao inferno. Nos corredores os gritos de uma juventude, que vêm cheia de atitudes, como falta de respeito, desobediência. Mas todos dizem que isto é o reflêxo desta sociedade, que mantém hoje inúmeros transtornos sociais, comportamentais, mentais, de aprendizagem de vontades, de necessidades de correção psicológicas, de convivência com o "Bullyng" que em Portugal já é considerado crime escolar,com a Sindrome de Burnout, dos colegas professores. E que completa isto com a violência do Estado que mantém baixos salários, e em alguns locais, condições inadequadas de funcionamento de sala de aula, muita responsabilidade para o professor, que tem de manter um alto índice de aprendizagem mas que possui uma carga horária grande e com pouco salário não permitindo uma melhor qualificação de suas aulas, e em marcha a desvalorização profissional do chamado professor ou dador de aulas, como chamam os ministradores das disciplinas do currículo educacional.
Combinando com estes fatos, trabalhar numa escola é fator de risco, e até de ameaça de morte, basta o aluno não gostar da avaliação dada pelo professor. Por isto é preciso manter a calma sempre em todos os momentos, até quando for ameaçado verbalmente. Além disto falar sempre em linguagem fácil pra ser entendido e não mal interpretado. Ser sempre um profissional educado, usando palavras coloquial perfeita ou bem cuidada. E com os superiores a linguagem formal.
Em relação ao comportamento do educador, deve manter distância de qualquer ambiente que tenha, bebida, cigarro, ou outras drogas lícita ou ilícitas, atitudes suspeitas em relação a tráficos, prostituição, ou qualquer tipo que desabone a figura de um educador.Que precisa manter uma retidão ética, moral, cultural em que nada possa desaboná-lo socialmente.
Se possível, voltar a Escola uniformizado, ou com roupas que possa ser descartáveis, pois todos os professores estão sujeitos a serem usurpados nos seus trajes, que podem ser estragados pelos alunos, com colas, chicletes, tintas que estragam os tecidos. Ou seja o professor é o refém desta escola como está montada.Além disto sabemos que em algumas escolas do Estado tem professores, que foram roubados, e tiveram carros estragados por alunos. É que os valores idealisados por quem tem a incumbência do ensinar às vezes é bem divergente do que quem está ali, por imposição de autoridades, ou de famílias. Nem sempre o aluno vai pra escola somente estudar.
Com estes cuidados, penso que nós professores, podemos voltar as escolas pra receber os nossos alunos. Pois a Escola é um lugar em que permitem-se o encontro de direitos, de todos como professores, pais,alunos, profissionais da escola, diretor, vice-diretor,coordenadores. Um local de aproximação social, de respeito, de compartilhamento de aprendizagens, de atendimento ideológico do pensamento governamental e de contradição as necessidades e desenvolvimento intelectual, laico, livre solidário e que permitem-nos emancipar-se culturalmente para um mundo de Paz, como desejamos.
Manoel Messias Pereira
poeta
professor de história
São José do Rio Preto-SP
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