sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

O Colóquio sobre a história da CPLP em Lisboa





Participantes ao colóquio sobre a história da CPLP realizado na cidade de Lisboa





Fotografia: Mota Ambrósio

O ministro das Relações Exteriores de Angola manifestou-se na terça-feira confiante de que estão a dissipar-se as reticências portuguesas quanto à adesão da Guiné Equatorial à CPLP e recordou que há muitas empresas portuguesas no país.

“Portugal já deu um passo considerável, estamos a trabalhar nas etapas que definimos em Luanda. Queremos fazer com que isso não seja um problema de Portugal dentro da comunidade”, disse Georges Chikoti, que falava à agência Lusa em Lisboa, à margem do colóquio “CPLP – uma oportunidade histórica”.

Durante o debate, o ex-presidente de Moçambique Joaquim Chissano sublinhou que a intenção da Guiné Equatorial de aderir à CPLP é antiga e explicou que, nas reuniões da União Africana, se percebe que a Guiné Equatorial se sente bem na CPLP, porque está isolada. “Enquanto nós, lusófonos, estamos cochichando e concertando, enquanto os anglófonos e os francófonos fazem o mesmo, a Guiné Equatorial está sozinha”.

Chissano defendeu, por isso, que os países da CPLP ajudem aquele país, que precisa de um fórum onde possa ter exemplos e discussão.

Referindo-se a estas declarações, Chikoti, que representou no colóquio o país que detém a presidência rotativa da CPLP, afirmou ser importante que a adesão da Guiné Equatorial possa ser consagrada na cimeira de Maputo, em Julho próximo, “porque já se fizeram avanços consideráveis”. Questionado sobre as críticas dos que apontam a falta de liberdade na Guiné Equatorial para defender que o país não deve ser aceite na CPLP, Chikoti respondeu que “há faltas de liberdade em muitos países”.

“Se usássemos esses critérios, não podíamos criar uma organização como esta. Criámos a CPLP em momentos em que vários países estavam em guerra”, disse, defendendo, por outro lado, que a adesão da Guiné Equatorial à organização lusófona “vai permitir que haja uma evolução significativa” naquele país.

“Ninguém pode dizer que é campeão das liberdades fundamentais. Aqui também há racismo”, disse. O que é importante, sublinhou, é que se possa dizer que “todos os países da CPLP estão engajados na construção dos valores democráticos, do respeito pelos direitos humanos”. Para ilustrar a vontade da Guiné Equatorial em entrar para a organização, o chefe da diplomacia angolana recordou que o país já instituiu o português na Constituição como língua oficial e há um programa que está em curso.









“Vai passar a existir uma embaixada da Guiné Equatorial junto da CPLP e uma equipa técnica sedeada em Portugal. As autoridades guineenses pretendem abrir um centro cultural português na Guiné Equatorial”, financiado pelo próprio país, acrescentou.

Além disso, o governo de Malabo já manifestou intenção de unir os seus esforços aos da comunidade internacional para criar um fundo de pensões que permita avançar com a reforma do sector de defesa e segurança na Guiné-Bissau, “num montante extremamente importante”.

“Estamos à procura desses fundos há três ou quatro anos. Temos de ser pragmáticos”, disse, defendendo “que não seja apenas Portugal a colocar dificuldades. Não acredito que Portugal queira que continuemos assim”, acrescentou.














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Manoel Messias Pereira

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