domingo, 1 de maio de 2011

Anjos das Tormentas

"eu sei atravessar as fronteiras das coisas"(Cesariny)

Os pescadores fecham
a sáida e a entrada
da aldeia

encurralam o anjo
mas ele invoca os ventos

Os pescadores são muitos
mas não acuam o anjo agora
não por restarem poucos
mas por ninguém ousar
aproximar-se do mistério de sua fúria

O anjo era o terror de cada um
-um terror incógnito -
como uma voz sem corpo
deslocada
que chama
ao lado contrario do ser.



Mauro Jorge Santos

poeta
poesia publicada na revista Cult
(outubro 2004)
São Paulo-SP

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Manoel Messias Pereira

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