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No ABC, formação da cultura e história africana atrai público diverso ao Sindicato
Público lotou o auditório para assistir ao segundo módulo do curso
Foto: Paulo de Souza
Metalúrgicos do ABC e de outras regiões do Estado de São Paulo, bancários, professores, companheiros da área da saúde, da construção civil, dos movimentos sociais e religiosos, brancos e negros, jovens e adultos, homens e mulheres, lotaram nesta segunda-feira (18) o auditório do Centro Celso Daniel, do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, para participar do segundo módulo do curso sobre a lei que determina o ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas.
A atividade é promovida pela Comissão de Igualdade Racial do Sindicato desde o final de fevereiro e pretende conscientizar os participantes para a importância da luta contra a discriminação no dia a dia e dar a dimensão da real contribuição do negro para a história da humanidade.
“Aqui é contada a história do Brasil real, não só dos negros, mas dos índios e do povo pobre que construiu esse País”, disse Daniel Calazans, coordenador da Comissão de Igualdade Racial do Sindicato.
Inclusão
Ao fazer a abertura do curso, o diretor administrativo do Sindicato, Teonílio Monteiro da Costa, o Barba, destacou a importância da luta política para a conquista dos avanços sociais que permitiram o País desenvolver políticas de inclusão social que combatam a discriminação e as desigualdades.
“A luta dos metalúrgicos e de outros trabalhadores por um Brasil mais igual é antiga, vem desde o final da década de 1970”, recordou o dirigente. “E é uma luta vitoriosa, na medida que hoje temos um governo que olha pelos pobres e pelos trabalhadores com prioridade”, destacou.
Ensino
Há dez anos, o ex-presidente Lula sancionou a lei 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino de História da África e da Cultura Negra nas escolas brasileiras. Com isso, as leis de diretrizes da educação no País foram alteradas para a inclusão do tema em sua grade curricular.
“A conquista é muito importante e temos sempre que cobrar isso nas escolas, senão a lei não sairá do papel”, afirmou Deivison Nkosi, professor-orientador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiro e mediador do curso. Os dez módulos que fazem parte das aulas foram elaborados a partir do texto da lei.
O curso acontece uma vez por mês, sempre às segundas-feiras, no Centro de Formação Celso Daniel. As aulas serão ministradas até novembro, mês da Consciência Negra.
Opinião de quem participa do curso
“O curso é ótimo e espero que a história relatada aqui seja realmente difundida nas escolas, pois a gente não sabe se existe alguém realmente preparado para contar isso. Pelo menos da maneira que está sendo falado aqui”. Mauro Trindade, metalúrgico, do CSE na Melling.
“Esse curso é uma tomada de consciência para os trabalhadores do ABC e para os outros participantes. E é também importante pelos dez anos da lei do ensino de cultura africana nas escolas que ainda, infelizmente, não foi aplicada na prática”. Lucília Pinheiro Lopes, professora do ensino médio do Estado.
“Para quem participa de religiões de matriz africana é um curso muito bom, pois falta essa formação às pessoas, principalmente àquelas que moram nos bairros mais distantes. Isso precisa ser passado a elas, para que não tenham vergonha da sua cor.” Elizabeth Amado, sacerdotisa da Umbanda.
“Sugeri na ficha de inscrição que valeria muito a pena expandir esse curso para outros lugares. Reconhecer a história real, que não foi contada na escola é importante para os debates do dia a dia”. Júlio Henrique da Silva, diretor dos Metalúrgicos de São Carlos e coordenador da CF da Volks na cidade.
Fonte: Tribuna Metalúrgica - SMABC - 20/03/2013
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