Saara Ocidental
Dirigente diz que paciência do povo do Saara Ocidental "atingiu o limite"
Mulay Bibatt
Argel - O Presidente do Conselho Consultivo do Saara Ocidental, Mulay Bibatt, disse hoje ao enviado especial das Nações Unidas
que "a paciência dos sarauís atingiu o limite", segundo avançou a agência de notícias local.
"A paciência do povo sarauí chegou ao seu limite e as violações dos direitos humanos e a usurpação de terras não podem mais ser toleradas", afirmou o mesmo responsável, durante um encontro com o enviado da ONU ao Saara Ocidental, Christopher Ross, que decorreu num campo de refugiados de Tinduf.
Mulay Bibatt acrescentou que o povo não consegue já conter as "consequências eventuais" que podem surgir dessa situação, caraterizada pela acumulação de quase 40 anos "de luta e sofrimento."
"Esta situação tornou-se insustentável e pode representar inclusivamente uma ameaça para a paz e para a estabilidade em toda a região", disse o responsável sarauí, segundo uma agência de notícias local.
Já o primeiro-ministro, Abdelkader Taleb Omar, disse aos jornalistas, após um encontro com o enviado da ONU, que as Nações Unidas devem tomar medidas mais enérgicas para a solução definitiva do conflito.
"Perdeu-se demasiado tempo e os sarauís já não podem suportar tantas violações dos direitos humanos", afirmou.
O enviado Christopher Ross chegou na segunda-feira aos campos de refugiados de Tinduf, numa visita para tentar acabar com a situação local e durante a qual se vai reunir com o Presidente da República Árabe Sarauí Democrática.
Ex-colónia espanhola, a região do Saara Ocidental foi ocupada em 1975 por Marrocos, que rejeita realizar um referendo à auto-determinação do território, reivindicado pela Frente Polisário, grupo sarauí apoiado pela Argélia.
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