eu quero ser uma moça livre de maus costumes
não me peçam por favor queu seja delicada com as tias queu
case com um rapaz maduro de nível secundário queu aprendaa
a falar ingleês pelo método linguafone queu não use de pala
vrões nas festas de formatura - queu não coma siris nos banq
uetes de classe - porque
eu quero ser uma moça livre de maus costumes
por favor me poupem o beijar as mãos de dona maria anita - o
cuprimentar com sorrisos dona celestina - o conter das garg
alhadas frente dona armanda - por favor me poupem porque
eu quero ser uma moça livre de maus costumes
não me peçam queu use tailleur para fazer audiência - nã
o me peçam queu seja extremamente feminina - e que não roa
as unhas - e que não tenha uma moto - não sou mulher de home
m - sou poeta - sou anjo inteligente - como afastar-me de
mim se quero ser
uma moça livre de maus costumes
não me peçam sobretudo que eu seja fina - que seja nobre - qu
eu seja delicada - - sou humana e penso com o coração e sofro
com o cérebro eleito que me deram - e queu não recusei porq
e
eu quero ser uma moça livre de maus costumes
mas não me peçam queu fale pouco - queu não critique o ridic
ulo das imbecilidades - queu não condene a amaldiçoe as dita
duras - queu não assombre os pacatos - os moderados - os sim
ples - como aquela prima minha que sempre faz aniversários m
as ignora ter nascido porque
nunca será uma moça livre quanto mais de maus costu
mes
Ana Maria Pedreira Franco de Castro
Professora e poeta
publicado em maio de 1977 - Revista Escrita
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