domingo, 3 de março de 2013

Boletim de Ocorrências

Mulher negra não para
por essa coisa bruta
por essa discriminação morna
tua força ainda é segredo
mostra tua fala nos poros
o grito ecoará na cidade
capinam como mato venenoso
a tua dignidade
ferem-te com flechas encomendadas
te fazem alvos de experiências
tua negritude
incomoda
teu redemoinho de forças afoga
não querem tua presença
riscam teu nome com ausência
mulher negra, chega,
mulher negra, seja,
mulher negra, veja,
depois do temporal



Alzira Rufino

escritora, poetisa
Ativista cultural

Santos-SP

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Manoel Messias Pereira

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