quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Eleições 2010 e os Comunistas

Ivan Pinheiro
Advogado e Secretário Geral do PCB
Atual candidato a Presidencia pelo PCB
Ao apresentar uma candidatura política em 2010, o PCB, lança um Manifesto como o tema Construir o Poder Popular e Avançar na luta pelo Socialismo.
Numa campanha em que de forma didática, apresenta-se propostas de lutas para a superação dos graves problemas que aflingem a grande maioria da população, contribuindo para os trabalhadores brasileiros fazerem uma reflexão sobre o seu futuro e o futuro do País.
A crise economica revela a face real e crua do capitalismo. Ela desvendou o caráter de classe do sistema: enquanto os governos da burguesia injetam trilhões de dolares para salvar os banqueiros e a elite parasitária, os trabalhadores estão perdendo seus empregos, direitos e salários. Mais e mais homens, mulheres e crianças passam a viver na miséria absoluta.
A continuidade do capitalismo é uma ameaça a própria vida, à natureza e a espécie humana. Este sistema está completamentefalido; mas não cairá de podre, se os trabalhadores não derrotarem. Fará de tudo para aprofundar a exploração e atacar mais os sindicatos e as organizações populares. De tudo farão para explorar as reservas de recursos naturais e a biodiversidade do planeta.
Mesmo ferido pela crise, o sistema imperialista afia suas garras para manter essa ordem envelhecida e desumana. Promove a guerra contra povos inteiros, como no Iraque e no Afeganistão, arma Israel para apoiar a sua política genocida e a expulsão dos palestinos de suas terras, realiza provocações e campanhas permanentes contra os povos que decidem resistir aos seus interesses. Na América Latina, promovem golpe militar em Honduras, mantem o embargo criminoso em Cuba e reativa a IV Frota para ameaçar os povos e garantir o controle sobre as riquezas naturais da região. Bases militares são criadas em vários países para cercar os governos progressistas principalmente da Venezuela.
O Brasil tem realizado ações no plano internacional que demonstram alguma autonomia e mesmo algum grau de conflito em relação aos interesses do Estados Unidos e seus aliados.Mas é clara a vinculação da política externa brasileira aos interesses do capital, tanto no que diz respeito as empresas brasileiras, que participam de obras e empreendimentos por toda a América Latina, quanto as empresas estrangeiras que atuam no território brasileiro.
Do projeto burguês de inserção no Brasil, como potência, ao capitalismo internacional faz parte a estratégia brasileira de integração nacional; se a proposta da Alca (projeto agressivo do imperialismo para impor a dependência econômica e política às nações do continente) foi enterrada com ajuda do Brasil, não há interesse da parte do governo brasileiro em fortalecer a ALBA, integração soberana anti-imperialista da América Latina, liderado por Cuba, Venezuela e Bolívia. E as forças militares brasileiras são mantidas no Haiti, a pedido dos EUA, para manter o domínio sobre aquele povo.
A política econômica de Lula é semelhante a política de FHC, adaptada ao atual quadro internacional. O Brasil se transformou no paraiso do grande capital. Enquanto banqueiros e grandes capitalistas enchem as burras de dinheiro, o governo deixa de realizar a reforma agrária, leiloa nossas reservas de petróleo, se omite da criminalização dos movimentos populares e da privatização da saúde e da educação.
A miséria e as precárias condições de vida que afligem a maioria da população brasileira têm uma causa central: o sistema capitalista, mantido pela dominação da classe proprietária dos meios de produção sobre o conjunto da classe trabalhadora. No Brasil construiu-se um capitalismo desenvolvido, com relações sociais burguesas plenamente consolidadas.
Neste quadro, somente uma grande frente anticapitalista e anti -imperialista - envolvendo organizações políticas, movimentos populares e setores progressitas da sociedade - será capaz de organizar e mobilizar os trabalhadores, não apenas para as eleições, como é prxe nos partidos burgueses e reformistas, mas principalmente para lutar pelas transformações sociais, econômicas e políticas necessárias para a superação do capitalismo.
A disputa entre as maiores coligações partidárias nestas eleições é apenas superficial, pois não coloca em jogo a natureza do estado brasileiro, vinculado aos interesses do grande capital financeiro e industrial. O PCB rejeita a falsa polarização imposta pelos meios de comunicação, que querem transformar essas eleições em mera escolha de quem será o melhor gerente para o capitalismo brasileiro e tentar afastar a população de uma alternativa popular para o Brasil.
(trecho do Manifesto do Partido Comunista Brasileiro - PCB)

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Manoel Messias Pereira

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