sábado, 11 de agosto de 2012

Cuba sem censura musical



Canções de artistas dissidentes vão poder ser escutadas pela primeira vez nas rádios cubanas



Por: Redacção/ JCS
Gloria Estefan (Reuters)

Gloria Estefan



Fotos: Gloria Estefan

Gloria Estefan e Celia Cruz são duas das mais conhecidas e talentosas cantoras cubanas, mas cuja música nunca foi escutada por muitos dos seus compatriotas. Durante décadas, o regime de Fidel Castro proibiu a transmissão das canções de artistas que fugissem de Cuba e que criticassem a revolução de 1959.



A existência da lista negra, que incluía ainda os nomes do saxofonista Paquito d'Rivera, do cantor Willy Chirino e do pianista Bebo Valdes, nunca foi oficialmente reconhecida pelo governo cubano, que não quis admitir a censura de alguns dos maiores valores musicais do país, reconhecidos internacionalmente.



Mas a cada vez maior abertura do regime de Cuba desde a saída de cena de Fidel Castro trouxe também mudanças na cultura. Segundo a BBC News, a lista negra foi finalmente eliminada e as rádios cubanas poderão a partir de agora decidir livremente as suas próprias playlists.



Com mais de 100 milhões de discos vendidos em todo o mundo, Gloria Estefan é a voz de «Don't Wanna Lose You», «Coming Out Of The Dark», «Conga» e «Mi Tierra», êxitos que vão poder passar pela primeira vez pelas antenas cubanas. A cantora, atualmente com 54 anos, nasceu em Havana, mas a sua família fugiu para Miami, nos EUA, após a revolução que depôs o ditador Fulgencio Batista.

Célia Cruz


Celia Cruz, falecida em 2003, era conhecida como «a Rainha da Salsa» e ainda iniciou a sua carreira em Cuba. Porém, também ela escolheu o exílio nos EUA a partir de 1959. «La Vida es un Carnaval», «La Guantanamera» e «Ríe y Llora» são as canções que até hoje apenas podiam ser escutadas em território cubano através de cassetes e CDs pirateados.



«Os artistas eram banidos porque faziam declarações contra [o governo de] Cuba. [Mas] as coisas mudaram. Algo mudou no Partido [Comunista de Cuba]. Acho que passou a haver mais flexibilidade com a cultura», disse à BBC News o jornalista cubano Reny Martinez.



Porém, até ao momento não há registo que alguma das rádios de Cuba tenha passado ainda qualquer canção dos músicos que faziam parte da lista negra. Por agora, a estratégia das principais estações emissoras deverá ser «esperar para ver», antes de testar os limites da tolerância do governo cubano.

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Manoel Messias Pereira

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