sexta-feira, 19 de abril de 2013

Câmara de São Paulo reconhece mandato de comunistas cassados na década de 40



Câmara de SP reconhece mandato de comunistas cassados na década de 40
Diário do Sudoeste
FolhaPress.


Por Giba Bergamim Jr.
SÃO PAULO, SP, 19 de abril (Folhapress)

 Quinze vereadores de São Paulo eleitos em 1947 e cassados por serem comunistas tiveram seus mandatos reconhecidos ontem, após a aprovação de um projeto do vereador Orlando Silva (PC do B).
Segundo Silva, o projeto é para corrigir uma "injustiça histórica". Agora, os nomes dos parlamentares do extinto PST (legenda criada após a extinção do Partido Comunista do Brasil) ficarão inscritos nos anais do Legislativo.

Em novembro daquele ano -durante a gestão do presidente Eurico Gaspar Dutra (1946-1951)- foi realizada a primeira eleição para a Câmara Municipal de São Paulo, após o fim do Estado Novo, regime político do antecessor, Getúlio Vargas. Durante a Era Vargas, o Partido Comunista do Brasil (PCB) teve o registro cassado. Os candidatos, ligados ao líder Luís Carlos Prestes, então se filiaram ao Partido Social Trabalhista (PST) e se elegeram. Após a saída de Vargas, Dutra se elegeu, superando o comunista Iedo Fiúza.
Entre os eleitos estava a primeira mulher eleita no Legislativo: Elisa Kauffmann Abramovich, de 28 anos à época.

Além de Elisa, elegeram-se como vereadores Mário de Souza Sanches, Orlando Luís Pioto, Adroaldo Barbosa Lima, Antonio Donoso Vidal, Armando Pastrelli, Calil Chade, Iturbides Bolivar de Almeida Serra, Benedicto Jofre de Oliveira, Benone Simões, Raimundo Diamantino de Souza, Meir Benaim, Mauro Gattai, Luiz João e Carlos Niebel.

"O Partido Comunista do Brasil teve seu registro cassado por motivação política e ideológica", disse Silva.
Por ser um projeto de resolução, não precisa ir à sanção do prefeito Fernanod Haddad (PT).
Senado

A devolução do mandato dos vereadores acontece dois dias após o Senado também devolver simbolicamente o mandato de Prestes, líder comunista morto em 1990. Prestes teve o mandato cassado em 1948, quando o Senado decretou a cassação dos parlamentares eleitos pelo PCB, partido que foi novamente colocado na ilegalidade no governo Eurico Dutra (1946-1951) após curto período na legalidade.
Em março, a Câmara dos Deputados também aprovou projeto que declara nula a cassação de 14 deputados do PCB feita em janeiro de 1948. A matéria já foi promulgada pela Casa. Além de Prestes, entre os deputados cassados estavam personagens políticos como Marighella, Jorge Amado, Maurício Grabois e João Amazonas.

 O DiarioAgora.com.br

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Manoel Messias Pereira

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