Sou relativo
pra ser devoto
sou preciso
concentro
em mim mesmo,
e o caráter cultural
é minha família,
a minha viagem vertical,
é a narrativa de memórias.
pais, tios, mães
avós, avôs, bisavós,
bisavô, tataravós
tataravô,
Tatá- Mirôu,
primas primos,
sobrinhos sobrinhas,
memórias de vinhos
anisetes, e Coca Cola,
de festas, rodas, rezas
mandingas, danças, giras
folias e terços,
pontos riscados
dançados e cantados e firmados,
cabeças raspadas, feitas,
no chão tocadas,
velas acesas,
diante do Ipeji e a entrega
dos ebôs nas encruzilhadas,
mostrando que a vida continua,
como numa estrada
vigiada por Exu,
a quem cabe a reverência
e as licenças,
sagradas e consagradas
por Ogun.
Manoel Messias Pereira
poeta
professor de História
especialista em cultura afro
São José do Rio Preto-SP
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