quinta-feira, 18 de abril de 2013

Eleições no Paraguai



Carlos Luis Casabianca

Estimados amigos:

São muito úteis as informações que vocês difundem, e nos ajuda muito porque aqui no Paraguai há um oligopólio dos meios de comunicação que aliena com a desinformação.

Uma pequena observação de minha parte com respeito as notícias sobre o Paraguai, que em geral e internacionalmente são poucas, e muitas vezes não se ajustam precisamente à realidade, à verdade. Tal coisa ocorre, por exemplo, quando essa fonte escreve:

"Paraguai: Nas eleições ganhará a direita e a esquerda não tem nenhuma possibilidade porque está muito dividida".

Em primeiro lugar, no Paraguai, nosso país, não há cabalmente eleições livres e limpas, mas um processo eleitoral fraudulento dirigido pelo governo usurpador de Federico Franco, levado ao poder pelo golpe de Estado programado e dirigido pela USAID (Embaixada dos Estados Unidos), que derrubou Fernando Lugo, o Presidente constitucional eleito por ampla maioria em abril de 2008, e sufocando assim o processo de mudanças democráticos e patrióticas.

A Frente Guasu, encabeçado hoje por Fernando Lugo, participa deste processo eleitoral fraudulento desmascarando-o como tal.

Haveriam eleições se caso fossem presididas por um poder legal, constitucional, legítimo, o que não ocorre no nosso país, sendo a realidade exatamente o contrário disso. Em todas as cidades há arbitrariedades e perseguição, sobretudo contra o movimento dos trabalhadores sem terra, existem inúmeros presos políticos e milhares de lutadores sociais incriminados como delinquentes, tudo isso financiado com os fundos públicos, manejados escandalosamente pelo falso governo de Federico Franco, que favorece os candidatos da oligarquia pró-ianque, encabeçados por Horacio Cartes (Partido Colorado) por um lado, e por Efraín Alegre (Partido Liberal Radical Autêntico).

Cartes é um contrabandista e narcotraficante conhecido, um “capo” mafioso, e Alegre é um neoliberal extremista que tem como principal bandeira a venda das riquezas nacionais. Ambas políticas assentadas no terrorismo de Estado, a julgar pela trajetória e as políticas enunciadas por ambos candidatos da minoria privilegiada funcional ao imperialismo.

Nem Cartes nem Alegre são simplesmente da direita, eles são da direita terrorista, que tem como projeto converter o Paraguai em um inferno do narcotráfico e/ou em um enclave econômico, político e militar do imperialismo norte-americano no centro geográfico da América do Sul, contra o movimento de libertação nacional e social nesta região do Continente.

E a esquerda social e política, na sua maioria, está nucleada na Frente Guasu que fará uma boa eleição, não obstante o processo eleitoral fraudulento. E lutará para que se respeite a vontade popular expressa nas urnas. E os cenários serão os locais de votação, as diversas instâncias da "justiça eleitoral" e particularmente as mobilizações de rua.

O jornal "ABC", porta-voz dos ianques e da minoria dominante mais servil aos interesses estrangeiros, publicou os resultados de uma pesquisa que coloca a Frente Guasu como terceira força eleitoral na eleição de senadores, cuja lista encabeça Fernando Lugo, o Candidato a Presidente, Dr. Carrillo Iramain (médico pediatra) e o Vice, o histórico dirigente dos trabalhadores rurais, Luis Aguayo.

Os chamados "progressistas", que se agrupam em torno de Mario Ferreiro, candidato a Presidente, formavam parte da Frente Guasu, e quando ficaram em minoria, optaram por retirar-se e constituir uma coligação heterogênea social-democrata, cujo candidato a primeiro senador é o advogado Adolfo Ferreiro, irmão do candidato a Presidente.

Adolfo Ferreiro é um ferrenho e declarado adversário, para não dizer inimigo, da revolução bolivariana, e insultava publicamente o Comandante Hugo Chávez.

É certo que há gente honrada, inclusive de esquerda, que milita dentro do "Avança país", porque há alguns dirigentes do "Partido Movimento ao Socialismo" como Camilo Soares, que teve figuração no tempo do Governo de Lugo, que enganam e simulam ser socialistas mas que recebem recursos e fundos da USAID, como consta em publicações dos próprios norte-americanos, questão não negada por Camilo e seu grupo. Persiste no "Avança País" traços de anticomunismo, sob a influência dos ideólogos e manipuladores da USAID.

Podemos dizer, de forma definitiva e em resumo, que como nunca antes há uma esquerda unida e com possibilidades de estar a frente das lutas democráticas e patrióticas. E que, por consequência, não é verdade que a esquerda no Paraguai está muito dividida e que não tem possibilidades nas próximas questionadas eleições. Temos deficiências e cometemos erros que superaremos mais cedo do que tarde pelo bem do movimento revolucionário paraguaio e latino-americano.

Carlos Luis Casabianca

Presidente do Partido Comunista Paraguaio

Tradução: PCB PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO
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Partido Comunista Brasileiro

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Manoel Messias Pereira

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