domingo, 7 de abril de 2013

Costa Rica quer criar o Atlas virtual de sua biodiversidade



Vulcão Poá
Parque Manoel Antonio




Costa Rica quer criar atlas virtual de sua rica biodiversidade
Coleção apresenta espécies novas para a ciência

O governo e instituições científicas e acadêmicas da Costa Rica trabalharão nos próximos meses para criar um atlas virtual da biodiversidade do país, com ampla informação e que, além disso, conterá a coleção de espécies tropicais mais rica do mundo.

O Instituto Nacional de Biodiversidade (INBio), organização sem fins lucrativos, anunciou na semana passada que cedeu uma enorme coleção de espécies costarriquenhas ao Ministério de Ambiente e Energia (MINAE), um legado que será popularizado e ampliado em um atlas do país.

A coleção do INBio, considerada a maior existente em países tropicais, contém 27.395 espécies entre aracnídeos, plantas, insetos e fungos, que representam 29% das espécies conhecidas na Costa Rica. Dessa coleção, que possui 1,2 milhões de espécies, um total de 3.717 são espécies novas para a ciência.

"Como país, estamos dando um grande passo adiante. Há 28 anos (quando se criou o INBio) o Estado não podia fazer e um grupo de cidadãos cooperou de forma científica e intelectual", disse à Agência Efe o presidente do INBio, Rodrigo Gámez.

O cientista qualificou como "extraordinária" a coleção do INBio e se mostrou confiante em que as diversas coleções que existem em universidades, museus e centros de pesquisa possam ser reunidas no Sistema Costarriquenho de Informação sobre Biodiversidade (CRBio).

O CRBio, ao qual é possível ingressar mediante o site "crbio.cr", pretende se transformar em uma grande base de dados sobre a biodiversidade do país, similar ao Atlas da Austrália Vivente, no qual os cidadãos vão poder colaborar com fotos e informação, comentou Gámez.

O objetivo é que neste local as pessoas de qualquer parte do mundo possam encontrar informação sobre determinada espécie, desde seu nome, até onde se encontra, seus hábitos e do que se alimenta.

Além disso, poderão encontrar dados das características da zona onde habitam algumas espécies, como a topografia, a hidrologia, o clima e, mediante modelos de projeção, determinar de que forma será afetada pela mudança climática.

"Como membros do setor científico e acadêmico sentimos que é nossa obrigação ter a tomada de decisões sobre o que conservar, como e onde, ou como utilizá-lo e onde", expressou Gámez.

O cientista reconheceu que se trata de um "trabalho enorme", mas disse que "é possível" alcançá-lo. O objetivo é "conservar o patrimônio natural e fazer frente ao gigantesco problema da mudança climática que requer muito conhecimento sobre o patrimônio natural da Costa Rica", acrescentou.

Por sua vez, o ministro de Ambiente e Energia costarriquenho, René Castro, declarou à Efe que a coleção do INBio é "a maior tropical do mundo" e que se trata de um "legado" que o Estado manterá com altos padrões científicos.

Sobre o atlas de biodiversidade, Castro comentou que a ideia é passar do "embrião" que representa o CRBio a "um sistema aberto de uso público global, com muitos mais parceiros ativos" que se envolvam na contribuição de informação científica.

"Queremos que outros países vejam a fonte de riqueza não extrativa que foi desenvolvida em um dos menores países que há na faixa tropical e que em vez de observarmos com tristeza como desaparecem as florestas tropicais, vejam uma esperança e uma alternativa de uso sustentável", afirmou Castro.

A Costa Rica é um país de 4,3 milhões de habitantes e 51.100 quilômetros quadrados (26% do território sob proteção) que abriga 4,5% da biodiversidade mundial.

"A única forma como a biodiversidade tropical sobreviverá é aumentando esforços através das fronteiras e essa vai a ser a contribuição da Costa Rica", concluiu o ministro.

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Manoel Messias Pereira

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