Desfazendo o mito em torno da princesa Isabel
23/03/2011
Fonte: O Tempo (MG)
Preparados pelo diretor do grupo Trama, Carlos Henrique, dez jovens da Comunidade dos Arturos experimentam a encenação teatral pela primeira vez no espetáculo "Abolição da Escravatura", que será apresentado neste sábado, às 20h30, no espaço da Zap 18, no bairro Serrano.
Eles debatem em cena as reais motivações para o fim da escravatura no Brasil, desenvolvendo um roteiro que foi criado originalmente para uma intervenção nos festejos de 13 de maio, quando se celebra a assinatura da lei Áurea pela princesa Isabel. "Antes da intervenção, pessoas da comunidade tinham a ideia da princesa como única responsável pela abolição", comenta Carlos Henrique. "Trouxemos um pouco da história real, personagens como d. Pedro e o governante da Inglaterra, que queria expandir seus domínios comerciais em países como o Brasil, e mostramos que os escravos não se acomodaram pacificamente, praticaram rebeliões, fugas, suicídios e assassinatos de senhores de engenho", explica o diretor.
A versão menos iludida da história, revelada na intervenção de 15 minutos, recebeu novo tratamento de dramaturgia, luz e figurinos para gerar o espetáculo, agora com mais personagens. "Trouxemos o que eles sabem para a cena, para ficar mais despojada e natural, sem que perdesse a essência dos Arturos: a música, a dança e os instrumentos de percussão", ressalta o diretor. Os atores amadores, garotos entre 14 e 21 anos, participaram de uma oficina de iniciação ao teatro com o Trama, que incluiu uma apresentação ao mundo dos espetáculos teatrais, seus bastidores e apresentações.
A montagem resultante compõe a programação da mostra Cena Coletiva, que reúne os grupos Zap 19, Trama e Atrás do Pano, em intercâmbio com artistas de outras áreas, no intuito de estimular e dar subsídios para que perpetuem a atuação em suas comunidades.
©UN | Plugar Informações Estratégivas S.A
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