Procurando responder a uma mensagem que pede opinião sobre a mudança da Festa do Folclore de Olimpia de agosto para julho. Uma vez que o dia do Folclore é com certeza no dia 22 de agosto.
Acredito que a cidade precisa preservar as suas tradições, o seu povo, o seu olhar sobre o mundo, a espiritualidade e a materialidade. Creio que no mês de agosto é aquele mês característico em que podemos pensar ou trabalhar nas escolas as lendas, os rituais, o jeito de viver de pensar, trabalhar de brincar e tudo isto compõe o folclore. Só que sei que a cidade vive de um comércio que acredita que talvez nas férias haveria mais e mais visitantes para suas atividades. Na minha opinião um erro de pensar.
O mês de agostojá é considerado místico, tem toda a visão de acontecimentos trágicos, dizem que é o mês do cachorro louco, dos ventos. E com certeza é um mês como qualquer outro. O que precisamos é aprender a usar todos esses pensares, que nasce da lógica da emoção e trabalhar com a razão. Se este é o mês propício para sonhar tudo isto, vamos fazer da cidade um canteiro de cultura, usando a Igreja, os terreiros, passeatas pelas ruas,lavagens das escadarias, vendas de figas, pimentas, vamos transformar isto numa grande África. E vamos usar todos os nossos arsenais de culturas celtas provindas do povo europeu como a história dos duentes, gnomos, bruxas,vamos fazer um Festival de Folclore de verdade, além das danças de reis, reisados, ou bailados. Vamos transformar a cidade e um usar um marketing internacional pra isto, vamos buscar apoio na Unesco e nas universidades do Mundo todo. Vamos usar o agosto, com gosto. E deixa essa bobagem de férias escolares pra lá.Até porque enquanto pensamos em cultura estamos juntando a fome com a vontade de comer no quesito educação. Será que por aí todas as crianças já compreende, e produz culturas como pipas, peãos de madeira, jogo de bolinha de gude, que uns tempos usaram vidro no lugar, brincadeira de Mana Mula, de Mãe da Rua, Rico-trico, pega-pega, Salva-pega em que as regras educacionais não pode ficar aligiada do processo.Além da musica da dança do teatro indígena, das pinturas indigenas,trazendo gente do mundo todo.
E quanto ao mês de julho, é de descanso sim, mas pra cidade que quer avançar precisa de uma vida experimental, com um diferencial, chamar atenção do mundo, melhorar os seus aposentos pra receberas pessoas do mundo todo, além de proporcionar um melhor atrativo em termos de serviços de bares, hotéis.Acreditar que existe uma CNN, já que há uma incapacidade das emissoras locais em traduzir isto em promoção internacional.
Posso falar de Olimpia-SP, como se morasse aí, fui batizado em Olimpia na Igreja da Aparecida, próximo deste museu. Minha mãe nasceu aí, ainda tenho parentes morando aí.Meu avô que era natural de Vila Velha, assim como minha avó de Rio de Contas, ambos baianos, vieram pra São Paulo, casaram-se em Cajobi-SP, cidade que já fui conhecer, e acabaram morando na Vila Cizoto em Olimpia-SP, meus patrinhos de batismo foram meus avós, o avô por parte de mãe, e sua sobrinha minha avó po parte de pai.Conheço o potencial desta cidade e sei que dá pra fazer a diferença. Mas enfim é um trabalho, de quem vive e convive a necessidade de compartilhar o mesmo ar, ou sejas, quem de fato reside e sabe quais os passos que podem dar e até subir nos degraus da construção da própria materialidade e identidade.
Numa aldeia há vários rituais, para a renovação uns são diários, outros não, mas a sintonia, concentrada, comunal, é algo que necessitamos crer, e fazer a práxis. Tem aquela história se a cidade adoece, o seu povo fica doente, mas se a cidade floresce, o seu povo fica contente, em cada momento da vida há jarros com talismãs, assim como remédios para as curas do corpo e da alma. Deixa o Folclore em agosto e sejam felizes. Mas essa é só minha opinião.
Manoel Messias Pereira
professor de História
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