domingo, 20 de março de 2011

Indigenas Xerentes realizam audiência pública pra discutir Educação


Indigenas Xerente



















Indígenas Xerente realizam audiência pública para discutir educação



Um exercício de democracia e de diálogo sobre educação foi o resultado de uma audiência pública realizada na quinta-feira, 10, em Tocantínia, para discutir como proceder com a escolha do novo diretor do Cemix - Centro de Ensino Médio Indígena.



Foto: Assessoria de Imprensa/ Seduc

Assessoria de Imprensa/ Seduc

A audiência pública foi mediada pelo procurador da República Álvaro Manzano, coordenada pela diretora de ensino de Miracema, Maria Marlene Rocha Coelho e contou com a participação do prefeito de Tocantínia, Manoel Silvino Gomes Neto, da superintendente de Desenvolvimento da Educação da Seduc, Marta Pacheco Ramos, do diretor de Educação Indígena e Diversidade da Seduc, Maximiano Santos Bezerra, e outros representantes da Secretaria da Educação e da FUNAI.

Os técnicos da Secretaria da Educação explicaram que para a escolha de um diretor de escola é necessário observar algumas normas, isto é, a pessoa deve ter um perfil para ser gestor escolar, como ter experiência na área da educação, entre outros requisitos.

Bernardino Xerente, um dos anciões, disse que a escola indígena deve ser diferenciada, deve ter dois objetivos, ser transmissora da cultura indígena e repassar para os alunos, o conhecimento dos outros povos. Ele lamentou que há muitos conflitos e não há mais o respeito pelo conhecimento dos antepassados.

João Xerente aproveitou a ocasião, para falar dos avanços da educação indígena ao longo dos anos, como a formação de professores indígenas, a implantação do ensino médio, entre outros.

Ribamar Xerente, uma das lideranças, ressaltou que a educação tem que ser de qualidade e nas aldeias não se conversa sobre este tipo de educação. Para ele, é preciso ter mudanças na forma de diálogos nas aldeias, em vez de discutir somente vagas de emprego, também deve discutir melhorias mais amplas, como a formação das crianças e jovens indígenas. Ribamar ressaltou que na aldeia onde mora, a opção é que os professores tenham curso superior.

Marta Pacheco disse que a audiência pública foi importante e lembrou do compromisso da Seduc que o é de garantir uma educação de qualidade. O professor Maximiano frisou que o momento foi importante para o desenvolvimento da democracia e exemplo de organização política.

Também falaram representantes dos estudantes e mães de alunos. O procurador Álvaro Manzano encerrou a audiência lembrando aos caciques para acompanharem o dia-a-dia da escola, porque é importante esse envolvimento da família na unidade escolar. Na audiência não se chegou a um consenso sobre quem deverá administrar o Cemix, haverá mais discussões para se escolher uma pessoa que esteja no perfil exigido e que atenda aos interesses dos povos indígenas.






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Manoel Messias Pereira

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