quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Ler Drommond

Pico de Itabira
que máquina mineradora não corró
é a própria obra poética de Carlos Drummond de Andrade
ápice do modernismo brasileiro
Fulano de tal situa sua poesia entre o símbolo e a alegoria
e beltrano vislumbra nela o princípio-corrosão
e sicrano percebe uma poética de risco;
enquanto este escrutina a técnica da palavra-puxa- palavra
aquele outro detecta uma estilística de repetição
Entanto as interpretações subsidiárias
não criam uma película fantasmática
entre o leitor treinado e a poesia de Drummond
Esta permanece qual rútilo e incorruptível diamante,
imune aos assaltos dos exercítos da hermenêutica.
Prático umas leituras luteranas
-e, desde que fato nunca nem a mais,
giram que giram celeradas as roldanas das interpretações-
enfio um pé aquem e outro pé além,
um contato direto sem intermediários
com as sete faces seus veios poliédricos.
Reler Drummond pela milionésima vez é uma aventura adâmica
um convite renovado ao espanto e a surpresa.
Close reading nas internas das galerias das minas.
Magia lúcida, esfinge clara:
chiar para não ser destituido do estímulo do simples enigmático.
Uma pedra de tropeço quebra o sono dogmático.
Ler Drummond:
pela milionésima e mais uma vez e mais.....


Waly Salomão
poeta e ensaista
Jequié - BA

(falecido).

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Manoel Messias Pereira

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