quarta-feira, 21 de março de 2012

Hoje - Dia Internacional Contra a Discriminação Racial

Estarei na parte da manhã na UNIRP - Centro Universitário, tecendo alguns rápidos comentários sobre a  data histórica que lembra o Massacre de Sharpeville-em Joanesburgo na Africa do Sul, quando a polícia do governo do Apartheid, atirou na população negra, que resolveu andar pela país sem o passe, na qual estavam submetidos, naquele regime de segregação racial.

E as 12:horas  - Estarei na TV cidade - Rede Net -TV a Cabo de São José do Rio Preto-SP, numa entrevista , sobre o assunto.


A minha participação como ativista, em relação as questões raciais, surgiu da necessidade de entender por que eu e meus amigos que tinha a pele escura, eramos subjulgados como serem maus, como pessoas que só fazem serviços mal feitos, que utilizam a religião pra fazer o mal, o feitiço e essas bobagens toda fruto do processo da ignorância intelectual, porém esquematizado organizado por um pensamento segregacionista.

A questão da raça de princípio era algo utilizados por biólogos, zoólogos, pra falar de animais, porém quando a Igreja Católica na Idade Média, utilizou as Cruzadas para expulsar, árabes, judeus, ciganos da Península Ibérica, passaram a chamar este tais de infiéis. Estes seres humanos sujeitos a expulsão podiam se safar, desde que convertesem em cristãos. Mas muitos convertidos ainda continuavam tendo o contato com a sua cultura religiosa, por isto os europeus, passaram a dizer de que eram pessoas de raça ruim, pois não conseguiam abandonar os maus costumes.

A verdade que neste momento, houve um deslocamento, da questão da raça do aspécto biológico para a questão sociológica. E isto veio evoluindo com a ideologia que chamamos política do branqueamento, em que os primeiros registros, sobre a questão étnica tratavam o ser humano negro, ou indígena como sub-raça, e os mestiços como aberração. Na qual diziam que todos os mestiços, tinham problemas de raciocínio, uma forte tendência de ser aberração sexual e servir somente para o sexo. A ponto do Ministro Arthur de Gobieneau, que trabalhava com D. Pedro II, precisar apanhar no Rio de Janeiro ao destratar uma senhora negra ou "mulata" no Rio de Janeiro.

Mas o motivo desta data, é que a segregação Racial, fez parte do processo de governo da África do Sul, no contexto do Aparteid, que é o desenvolvimento em separado. Quando os países europeus em seu imperialismo econômico, passaram acreditar na incapacidades de africanos e asiáticos em cuidar de seus bens. Era que o capitalismo monopolista, entrando no território e levando a Igreja Cristã reformada com a ideologia "camita", estabelecendo uma interpretação bíblica em que os negros e judeus foram considerados excomungados por Noé, conforme Gênesis, e por isto eram obrigados a servir aos brancos.

A questão é que 25% dos brancos ficaram com 87% do territórios e aos 75% da população negra coube 13% do território. Os negros tinham que andar com um passe, que indicava para onde iam ao deslocar de um lugar para o outro no território, eram proibidos de conversar com brancos, de frequentar estabelecimentos comerciais de brancos, de namorar, de manter relações sexuais, essas leis eram muito parecidas com aquelas leis submetidas aos povos judeus, no período do nazismo.

Nelson Mandela, por manter uma política de não agressão e crer que a terra são de todos os seres humanos, que nela habitam, acabou sendo preso como subversivo, numa prisão perpétua e permanecendo 29 anos encarcerados. Oportunidade que nós ativistas do mundo todo, passamos a trabalhar num projeto intitulado "Amnidala", e no Brasil por meio da Universidade Federal do Rio de Janeiro, fizemos um abaixo assinado "em que concedemos o Título de doutor honóris Causa à Nelson Mandela".

E no contexto do Apartheid em 21 de março de 1960, os negros da África do Sul, cansado de serem vigiados, de terem a sua história modificados de serem subjulgados religiosamente, de só poderem adentrar determinados bairros para poder prestar serviços domésticos, resolveram andar sem o passe, e por isto foram alvejados nas ruas, em Sharpeville, em Joanesbourg -África do Sul sendo que houve 69 pessoas assassinadas e 159 pessoas feridas, conforme publicações da imprensa brasileira.

Em razão disto a ONU - Organização das Nações Unidas, reunidas em Assembléia, em memória aos seres humanos assassinados, criaram o Dia Internacional da Eliminação da Discriminação Racial, que ora passa a ser lembrado, em todo o mundo. E vale lembrar, que em tempo de crise, cresce a xenôfobia, a homofobia, e o racismo de um modo geral. E o mundo vive isto neste momento.



Manoel Messias Pereira
professor

São José do Rio Preto-SP

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