Manifestação contra evento sobre a ditadura acabou em confusão

RJ: manifestação contra evento sobre a ditadura acaba em confusão

ANDRÉ NADDEO

Direto do Rio de Janeiro



Um debate em comemoração aos 48 anos da "revolução de 64", realizado no Clube Militar, no centro do Rio de Janeiro, acabou em confusão na tarde desta quinta-feira. Cerca de 200 manifestantes de movimentos de esquerda protestaram contra o evento e bloquearam a avenida Rio Branco, o que levou a um confronto com a PM-RJ. Os policiais usaram jatos de spray de pimenta e bombas de efeito moral. No entanto há a informação de que um PM teria usado uma arma taser em uma jovem.



Ao todo, 52 policiais, entre PMs e homens do Batalhão de Choque, estiveram na manifestação. Eles fizeram um escudo em volta do local para garantir a segurança das pessoas que saiam do Clube Militar, indo direto para a estação de metrô Cinelândia.



O Major da PM Luiz Regis confirma que somente uma pessoa foi presa, por agressão a um dos militares. Os protestantes usavam ovos e tinta vermelha para simular sangue. Eles gritavam palavras como 'assassino' e 'facista'. Alguns deles ficaram feridos. O major Regis afirmou que não deve ter sido utilizada a arma taser. "Uma auditoria vai dizer se houve ou não disparo, porque, uma vez que a cápsula for deflagrada, não tem como desmentir. Geralmente em manifestações como essa não se usa a taser, apenas para situações específicas de limite (como uma possível agressão). Ou seja, para esse evento, não é o recomendado", disse.



O painel comemorativo chamado "1964 ¿ A Verdade" acontece todos os anos no Clube Militar. No entanto, para o evento de hoje, diversos grupos de esquerda, como a Luta Nacional pela Moradia e partidos como o PCB o PT se mobilizaram nas redes sociais para impedir o evento. Jailson de Oliveira, integrante da Luta Nacional pela Moradia, explica que, além do protesto contra o evento, eles pedem para que a Comissão da Verdade funcione. "A sociedade tem que vir para a rua se manifestar. A Comissão da Verdade tem que andar, e não dá para ficar com os braços cruzados vendo os militares comemorarem o aniversário do golpe militar.", afirmou o manifestante.



Avenida Rio Branco chegou a ficar totalmente bloqueada durante minutos. Às 18h30 uma faixa ainda estava interditada.

















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