sexta-feira, 23 de março de 2012

Paraguai homenageia militante desaparecido na ditadura de Stroessner

Marina Terra


Redação

Paraguai homenageia militante desaparecido na ditadura de Stroessner

Foi a primeira vez em que uma vítima da ditadura paraguaia recebeu uma homenagem oficial



O dirigente sindical Rubén González foi detido na represa Acaray por policiais logo após uma ação contra dirigentes e militantes do PCP (Partido Comunista Paraguaio), em dezembro de 1975. O general Alfredo Strossner (1954-1989), líder da mais longa ditadura militar da América do Sul, estava no poder. No mesmo dia, González foi levado para o Departamento de Investigações da Polícia em Assunção, onde sofreu seguidas sessões de tortura. Seus restos nunca foram encontrados.



Trinta e seis anos depois, o governo do Paraguai, após um acordo com a Corte Interamericana de Direitos Humanos de reconhecimento dos crimes da ditadura, realizou nesta terça-feira (20/03) um ato em homenagem a González. Estiveram presentes o ministro das Relações Exteriores, Jorge Lara Castro, o vice-ministro de Assuntos Políticos do Ministério do Interior, Osmar Sostoa e familiares das vítimas. Além deles, numerosos defensores dos direitos humanos e dirigentes do PCP.



Lara destacou a luta de González e exaltou a história de combate e sacrifício do PCP, que perdeu diversos militantes nos anos de chumbo da ditadura paraguaia. Segundo Lara, o PCP “combateu por uma pátria melhor e pelo pleno respeito aos direitos humanos”. Para ele, “ainda resta muito a ser feito para alcançar sua plena vigência no Paraguai.”



“Apesar da demora dessa merecida homenagem a um lutador, é importante dizer que esse governo em vigor, que tem como política o respeito irrestrito à dignidade humana, assume essa responsabilidade”, disse o chanceler.



Ditadura



O general Alfredo Stroessner assumiu o poder à força em 1954 e, 35 anos depois, foi deposto por um movimento comandado pelo próprio genro, Andrés Rodrigues. O ditador morreu em Brasília, em 2006, após 17 anos de exílio concedido pelo Brasil.



Durante quase quatro décadas, a vida dos paraguaios foi marcada por traços comuns dos regimes ditatoriais latino-americanos: perseguições, mortes, torturas, prisões injustas que contrastavam com discursos desenvolvimentistas.



Em 2009, o atual presidente paraguaio, Fernando Lugo, depois de um pedido apresentado pelas vítimas da ditadura do país e em conjunto com organizações de direitos humanos, abriu os arquivos da ditadura.



Outras medidas com o intuito de incentivar a reparação da história foram empreendidas por Lugo. Em julho de 2011 o presidente anunciou o pagamento adicional para um grupo de herdeiros das vítimas de violações dos direitos humanos durante a ditadura.



De acordo com organizações não governamentais, 375 pessoas foram beneficiadas pelas reparações do governo. Há informações, ainda sendo investigadas pelas autoridades, que a ditadura foi responsável pelo exílio de cerca de um milhão de paraguaios e agrediu cerca de 130 mil pessoas.







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Manoel Messias Pereira

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