terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

FAO alerta sobre os perigos do Trabalho Infantil na pecuária e agricultura





FAO alerta para trabalho infantil na pecuária Atividade pode prejudicar desenvolvimento físico, mental, moral e social das crianças


A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) alerta para o crescente uso de trabalho infantil na pecuária e em matadouros em vários países, incluindo o Brasil, num relatório que pode colocar pressões sobre métodos da produção de carne no país. O estudo Trabalho infantil no sector da pecuária: pastoreio e outros tipos foi divulgado nesta segunda-feira, 25, no site da entidade.

Conforme a FAO, a agricultura é o setor onde se encontra o maior numero de trabalhadores infantis. Em nível mundial, a pecuária representa 40% da economia agrícola.

O relatório reproduz documento do Departamento de Trabalho dos Estados Unidos, que coloca o Brasil na companhia da Bolívia, Chade, Etiópia, Lesoto, Mauritânia, Namíbia, Paraguai, Uganda e Zâmbia na utilização de trabalho infantil ou forçado na criação de gado.

A agência da ONU usa a mesma fonte americana para falar de ‘evidências de trabalho infantil em matadouros e processamento e carne’ e no abate de gado no Brasil e no Equador.

As conclusões do estudo vão alimentar os debates na terceira conferência mundial sobre trabalho infantil, que ocorrerá em outubro no Brasil. Competidores poderão utilizar o documento para denunciar supostas práticas no país.

O relatório da FAO considera que o problema de trabalho perigoso ou potencialmente nocivo dado às crianças na produção de gado recebeu menos atenção do que outras áreas da agricultura.

Conforme o texto, a incidência da prática é grande na pecuária, ainda mais levando-se em conta que a renda de 70% de 880 milhões de produtores rurais pobres no mundo é inferior a um dólar por dia.

Segundo a FAO, alguns estudos de casos específicos por país mostram que na pecuária ocorre de crianças começarem a trabalhar muito cedo, entre 5 e 7 anos de idade.

A instituição afirma que as condições de trabalho das crianças que se ocupam dos rebanhos varia muito. Algumas guardam o gado algumas horas por semana, o que lhes permite continuar os estudos, enquanto outras ficam dias e dias longe de casa.

Para a FAO, a criança que trabalha na criação de gado corre o risco de ver seu desenvolvimento físico, mental, moral e social perturbado. Trabalhar em contato direto com o gado aumenta também o risco de contrair doenças e ser ferido por um animal.

‘A redução do trabalho infantil na agricultura não é apenas uma questão de direitos humanos, mas também de elementos suscetíveis de assegurar uma segurança alimentar e desenvolvimento rural realmente duradouros’, diz Jomo Sundaram, sub-diretor da FAO, em comunicado.

‘O trabalho das crianças prejudica as oportunidades de emprego decente a oferecer aos jovens, sobretudo quando interfere em sua educaçao escolar’, acrescenta.
Fonte: Valor Econômico
   





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Manoel Messias Pereira

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