sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Boate Kiss de Santa Maria e bombeiros societários




A empresa Hydramix Prestação de Serviços, que tem em seu quadro societário dois bombeiros, foi a responsável por instalar as barras anti-pânico da Boate Kiss, em Santa Maria (RS), onde mais de 230 pessoas morreram em um incêndio no domingo.



De acordo com o responsável técnico da empresa, Edio Nabinger, a companhia apenas instalou um dos equipamentos previstos pelo Plano de Proteção Contra Incêndio (PPCI), mas não elaborou o projeto.



"A Hydramix, o único serviço que ela realizou na Boate Kiss foi a instalação das barras anti-pânico, que foi vendida nova e instalada por nós há quase um ano atrás nas portas de saída internas. Nas externas foi outra empresa que fez o serviço. Não realizamos plano de prevenção, só executamos a parte técnica dos planos elaborados por um engenheiro", disse o representante da empresa.



Os proprietários são Jairo Bittencourt Silva, que é bombeiro da reserva, Roberto da Silveira e Souza, que é sargento do Corpo de Bombeiros, e Giuceliane Castro Dias, que é mulher de Roberto. O sargento diz que possui uma cota mínima da empresa, o que não gera conflito de interesses no negócio. "Sou cotista, presto assessoria, não sou sócio majoritário, tenho apenas uma participação bem pequena", disse Souza, completando: "não tenho nenhum tipo de influência", afirmou.



Nabinger diz que a empresa, no máximo, indica um engenheiro para elaborar o plano, mas afirma que, no caso da Kiss, eles não chegaram a fazer essa indicação. "Apenas instalamos equipamentos", disse. Esse projeto, segundo ele, teria sido executado pela empresa Marca Engenharia de Incêndio. A engenheira responsável pela empresa não foi encontrada. Segundo sua filha, ela está viajando e só poderia ser encontrada no domingo.



O responsável técnico da Hydramix afirma que orçou ainda para Kiss a iluminação de emergência e sinalização, que foram rejeitadas pela boate porque o equipamento indicado pela empresa era mais caro que o especificado no projeto, apesar de estar dentro das normas.



"Eu achei um pouco falho a parte de iluminação de emergência, achei que tinham que ser colocados faroletes centrais, porque estava em desacordo com a realidade, mas não estava fora das normas técnicas. Esses faroletes que cortam melhor a fumaça e iluminam a saída, com a fumaça, forma um jato de luz em direção à saída", disse Nabinger, informando que este equipamento é duas vezes mais caro.



Incêndio na Boate Kiss





1 / 13Estudantes tomaram as ruas de Santa Maria com cartazes e gritos de ordem, lamentando omissão dos governantes Fotos:Wilson Dias/ABr

Um incêndio de grandes proporções deixou mais de 230 mortos na madrugada deste domingo em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da cidade. O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo iniciou com um sinalizador lançado por um integrante da banda que fazia show na festa universitária.



Segundo um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram pisoteadas. "Na hora que o fogo começou foi um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair", contou. O local foi interditado e os corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em busca de informações.



A prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde se reuniu com o governador Tarso Genro e parentes dos mortos.



Tags: boate, mortos, RS, Santa María, Tragédia

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Manoel Messias Pereira

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