sábado, 3 de março de 2012

O Irapuru

Dizem que o irapuru, quando desata
A voz - Orfeu do seringal tranquilo -
O passaredo, rápido,  a segui-lo,
Em derredor agrupa-se na mata.

Quando o canto, veloz, muda em cascata,
Tudo se queda, comovido, a ouvi-lo;
O mais nobre sabiá susta a sonata
O canário menor cessa o pipilo.

Eu próprio sei quando esse canto é suave;
O que, porém, me faz cismar bem fundo
Não é, por si, o alto poder dessa ave;

O que mais no fenômeno me espanta
É ainda existir um pássaro no mundo
Que fique a escutar quando o outro canto!




Humberto de Campos

poeta
Miritibas-RJ - Brasil

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Manoel Messias Pereira

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