segunda-feira, 23 de abril de 2012

Unesp vai investigar denúncia de racismo contra africanos




Unesp vai investigar denúncia de racismo contra africanos


 3Alunos da Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Araraquara, interior de São Paulo, estão revoltados com um ato de preconceito racial ocorrido no campus. A frase "Sem cotas para os animais da África" foi escrita em um mural em frente ao centro acadêmico da faculdade. A pichação se refere aos estudantes africanos que fazem intercâmbio na instituição. Em nota, a Unesp afirma que "já nomeou uma comissão preliminar para apuração dos fatos. A unidade também vai notificar o ocorrido à Polícia Civil, à Polícia Federal e ao Ministério Público local".



De acordo com o professor de antropologia Dagoberto José Fonseca, é a primeira vez que acontece uma manifestação de racismo com relação aos africanos. Segundo ele, os alunos estão bastante apreensivos: "tanto os estudantes africanos quanto os brasileiros estão indignados com o que aconteceu", conta. "Fizemos um boletim de ocorrência e devemos entrar em contato com a Polícia Federal e o Ministério Público em breve para que possamos efetivamente trabalhar e poder resolver este problemas", afirmou Fonseca.



Dabana Namone , de Guiné-Bissau, é formado em Ciências Sociais na Unesp e atualmente cursa mestrado em Sociologia, e é um dos estudantes do programa de intercâmbio entre universidades. Ele mora há seis anos em Araraquara e conta que nunca havia se deparado com este tipo de preconceito. "Ficamos surpresos com a pichação, essas frases chamando estudantes africanos de animais", relata. "Eu tenho experiência em viver no Brasil, e nunca percebi diretamente este tipo de preconceito. Muitos colegas também acharam um absurdo isso acontecer em uma universidade pública, estamos todos indignados", diz Dabana.



Sobre as cotas da universidade, a assessoria de comunicação afirmou que a instituição não trabalha com este tipo de sistema, mas sim com ações afirmativas, facilitando o acesso de alunos de escolas públicas por meio de Vestibulinho e outras provas. "A pessoa ou grupo responsável deveria questionar as questões da cota. Nós não temos nada a ver com a cota, não entramos na universidade por isso. Os alunos africanos fazem parte de um programa de convênio entre universidades, fazemos uma prova na África e viemos estudar no Brasil", afirma o estudante Dabana.



Atualmente a Unesp conta com 26 estudantes africanos matriculados, sendo 23 na Faculdade de Ciências e Letras, 2 no Instituto de Química e 1 na Faculdade de Ciências Farmacêuticas.



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Manoel Messias Pereira

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