quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Mostra Independente Curta o Gênero



DENISE MUSTAFAA violência contra a mulher é um dos temas referentes às questões de gênero que a mostra independente Curta O Gênero pretende explorar. Com inscrições abertas, o festival acontece no mês de março A mostra Curta O Gênero acontece em março e será pontuada por um seminário para discutir o tema

Nada mais recorrente no cinema ou em qualquer outra expressão da arte, seja o teatro, música ou literatura, que as tensas relações entre homens e mulheres. Pelo menos, quando a abordagem se dá pelo viés do romance, das almas e corpos enamorados (e enlaçados). Buscando qualificar o debate sobre esses dois "opostos" da espécie e tomando por Norte uma reflexão social e política dessas relações, a mostra Curta O Gênero abre inscrições para produções audiovisuais de curta-metragem, ficção ou documentário, que tragam o gênero como pano de fundo das tramas.

As inscrições estão abertas até 10 de fevereiro de 2012 para proponentes de todo País. Podem participar realizadores maiores de 18 anos, com filmes de, no máximo, 20 minutos de duração, concluídos a partir de 2009. O edital e a ficha de inscrição já estão disponíveis no site do festival: www.curtaogenero.org.br.

A relação entre homem e mulher e a disparidade entre um e outro na sociedade são apenas algumas das questões que devem permear as produções, que podem ainda dialogar com temas como a violência contra mulher, masculinidades, paternidade, diversidade sexual, raça, classe e exploração sexual. A Mostra Curta O Gênero será realizada no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC), de 07 a 11 de março de 2012.

Itinerante

Após a edição em Fortaleza, a mostra segue em uma edição itinerante por 10 cidades do interior do Estado. Além da exibição dos filmes, será promovido um seminário com participação de artistas, estudiosos e pessoas ligadas a entidades que tratem da questão. A curadoria dos filmes será feita pelo antropólogo Richard Parker, diretor do Centro de Gênero, Sexualidade da Columbia University - NY, pelo diretor da Fábrica de Imagens e coordenador da mostra, Marcos Rocha, e pela coordenadora geral do Cine Ceará, Margarita Hernández.

Marcos destaca que o principal ponto da mostra é fomentar o debate sobre questões que, em sua avaliação, permanecem invisíveis às produções audiovisuais. Apesar das relações homem e mulher estarem bastante presentes nos filmes, não há uma problematização acerca delas. "Tanto a produção cinematográfica como televisiva precisa se qualificar para essas discussões. Queremos um debate político mais consistente", avalia.

Ele enumera alguma das questões que envolvem gênero que podem estar imersas aos filmes da mostra, como raça, masculinidade, aborto, direitos humanos, gênero e geração, gênero e pobreza. "É bom que deixe claro não só vídeos especificamente sobre mulheres. Vídeos que tratem das relações não só homem e mulher, mas na sua multiplicidade, travestis, lésbicas, transexuais, tudo entra nesse campo de possibilidades de produção", exemplifica.

Para esta primeira edição, reforça o coordenador, a expectativa é que recebam poucas inscrições, exatamente pelo número reduzido de produções deste tipo. "Nós não temos conhecimento de núcleos de cineastas preocupados em discutir esses temas", lamenta Marcos Rocha.

Seminário

Com uma proposta inicial de ser um festival, Curta O Gênero desistiu do formato, que na opinião dos organizadores, desviava o foco da discussão política dos temas. Os filmes serão, então, exibidos em mostra, sem caráter competitivo, e serão entremeados por debates em um seminário que será realizado em paralelo.

Entre os participantes já confirmados estão Benedito Medrado (Doutor em Psicologia Social-PUC/ SP), o escritor João Silvério Trevisan, Suzy Capó (fundadora do Festival Mix Brasil), Vagner de Almeida (cineasta), Bia Barbosa (jornalista / Intervozes-Coletivo Brasil de Comunicação Social-SP) e Betânia Ávila (Doutora em Sociologia, Coordenadora Geral do SOS Corpo). O projeto inclui ainda realização de mostras em escolas, além de oficinas e minicursos para educadores e alunos da rede pública de ensino e de organizações que trabalhem questões de gênero. "Queremos difundir essa produção mais qualificada e fazer com que ela chegue as pessoas", reforça Marcos.

Mais Informações
Inscrições abertas até dia 10 de fevereiro. Mais detalhes no site: http://www.curtaogenero.org.br Outras EditoriasEDUCAÇÃO

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Manoel Messias Pereira

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