quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Brasil marcado pela "Ochilelemya" angolana



Brasil marcado pela ‘Ochilelemya’ angolana
Esta é no entanto, a informação colhida do Comité Científico Internacional do Projecto “A Rota do Escravo”, neste princípio do ano.

Inevitavelmente, é igualmente a conclusão que se pode chegar, após a leitura da obra “Historia e Cultura Afro-brasileira” de Regiane Augusto de Mattos, que acaba de ser republicada, em São Paulo, pela Editora Contexto.

O livro estampado em 217 páginas continua na ordem do dia devido ao grande conteudo académico voltado essencialmente para história, despertando assim a memória e interesse não dos estudantes africanos e barsileiros, como também de outras universidades universais.

Contém um suporte abertamente didáctico, que surge, das imparáveis iniciativas registadas na sequência da promulgação, em 2003, da Lei, de ruptura, que tornou obrigatório o ensino da evolução histórica e das realidades culturais africanas e afrobrasileiras nas escolas da segunda potência negra do mundo.

O manual articulado, numa sucessão cronológica, absolutamente, justa, em quatro grandes capítulos apresentam, respectivamente, “As Sociedades africanas”, “O tráfico de escravos” e “Os africanos no Brasil” e “A cultura afro-brasileira”. Reencontra-se também no mesmo numa trintena de desenvolvimentos, sínteses sobre vários povos e formações políticas de África, tais como para o actual território angolano, os Reinos do Congo, Loango, Andongo, Libolo, Luba e Lunda.

Estas sínteses são acompanhadas, de inteligentes exercícios pedagógicos, na qual a autora, muito bem apanhada pela “ochilelembya” (alma, no idioma (umbundu), inicia a sua obra com, nada mais, nada menos, a famosa tirada poética de Agostinho Neto, “Aspiração”.

Regiane Augusto de Mattos, escolheu, bem voluntariamente, esta peça que contém bantuismos, bem dicionarizados no português do Brasil, tais como: congo, batuque, quissanje, marimba e sanzalas.

O livro “Historia e cultura afrobrasileira” prova, uma vez mais, a força de intercalação, em circunstâncias extremamente difíceis, das manifestações linguísticas e antropológicas angolanas, no Brasil.

A obra confirma que uma substancial parte do famoso alento brasileiro partiu do Quadrilátero, e que as duas nações atlânticas são vocacionadas a manter laços de estreita fraternidade.

Cambinda Estrela Confirma esta colante intangibilidade no acervo bibliográfico que ela utilizou. Reencontra-se, aí, estudos tais como “Os rosários dos angolas” de Lucilene Reginaldo, “Historia da festa de coroacao de Rei Congo” e “Cafundo, a Africa no Brasil” de Carlos Vogt e Peter Fry.

São, efectivamente, locutores bantu que vão constituir a maioria da mão-de-obra, cativa, em várias regiões da colónia lusa da América meridional; arduamente, introduzidos, ai, com picos de congos/angolas, no século XVII. Neste duo, genérico, ressaiam os Cacondas, Cassanges ou Cacanjes,Cabindas, Benguelas, Monjolos (Holos?), Rebolos, entre outros.

A memorialista, actualmente, conservadora no Museu Afro-Brasileiro, insistiu em mencionar um testemunho, precioso, o do alemão Johann M. Rugendas, que esteve no Brasil, na primeira metade do seculo.

9 de Janeiro de 201209:35




Política de privacidade - Termos de utilização - Sobre a Media Nova - Como anunciar - Assinaturas - Ficha técnica e contactos

Nenhum comentário:

Postar um comentário

opinião e a liberdade de expressão

Manoel Messias Pereira

Manoel Messias Pereira
perfil

Pesquisar este blog

Seguidores

Arquivo do blog